A tão aguardada estreia de Alessandro Michele fazendo alta-costura aconteceu nesta quarta-feira (29.01), marcando seu segundo desfile como diretor criativo da Valentino. Intitulada “Vertigineux” [vertiginoso, em francês], a coleção olha para o legado da maison tendo o mix imagético de Michele como catalisador. Entre códigos já esperados e uma série de ineditismos, refletimos a seguir sobre alguns pontos-chave da apresentação.
Augusto Mariotti editor chefe: “Me surpreendeu positivamente as novas silhuetas que ele propôs, os vestidos em A, arqueados. São preciosos os bordados e as técnicas que Michele fez questão de mostrar que os ateliês da Valentino sabem fazer, com certeza devem ser ainda mais lindos de perto e deverão ser adaptados numa versão mais “acessível”para o prêt-à-porter. Outro momento interessante é ele apostar no tricô, assim como nos patchworks, pouco comum em coleções Couture“.
Vinícius Alencar, editor de moda: “Existe uma linha tênue entre roupa e figurino, moda e espetáculo, Michele não se preocupa em respeitá-la e mora aí o seu encantamento maior. Se ele brinca com diferentes décadas no prêt-à-porter, indo dos anos 20 aos 80 com um piscar de olhos, eu imaginava que ele misturaria séculos. Dito e feito, os mais interessantes parecem meio Maria Antonieta, em seu sentido rebelde e inovador – mas também ostensivo. Não sei se é um sonho, mas definitivamente causa vertigem, como o nome da coleção sugere”.