A Diesel é a menina dos olhos de Renzo Rosso, dono do grupo OTB, que tem também Jil Sander, Maison Margiela, Marni, Amiri e Viktor & Rolf. E com Glenn Martens, da Y/Project à frente da direção criativa, a marca voltou às passarelas de forma marcante hoje em Milão. Para Glenn Martens, criar looks quase exclusivamente em jeans não é uma desculpa para um desfile chato ou repetitivo.
Desde jeans desfiados até maxi cintos em jeans usados como mini-saias, a marca italiana se mostra um ótimo laboratório para Glenn e suas ideias experimentais e rebeldes. A coleção, que é dividida em quatro momentos – Denim, Utility, Pop e Artisanal – traz de volta o logo do “D”, que esteve presente durante quase 30 anos no logotipo da marca e aqui aparece em relevo nas minisaias-cinto de couro, cintos e bolsas. A logomania ainda é explorada nas pernas de uma das calças, em alto relevo.
No momento mais pop do desfile, a coleção ganha outras cores em que o jeans ainda aparece como protagonista. As modelos são inteiramente pintadas de cores como azul e rosa, à bordo de vestidos futuristas que soam como uma viagem espacial. Looks mais utilitários também ganham destaque, como puffer jackets e calças de carpinteiro, um clássico do mundo do denim que não poderia faltar.
É interessante como Glenn Martens reinterpreta tendências que temos visto na temporada para o denim. Com o regresso da tendência Y2K e o jeans de cintura baixa, é o momento certo para a Diesel fazer um retorno triunfal.
O último momento é, mais uma vez, reservado para destacar o trabalho ímpar de Glenn Martens na manipulação do jeans, carro chefe da marca, criando texturas completamente novas e que simulam até peles coloridas, tudo através do denim. Ao delegar poder criativo a Glenn Martens, Renzo Rosso fez uma escolha inteligente e ousada para levar a marca de volta ao topo do segmento.