Este ano, Yohji Yamamoto desfilou sua coleção em sua flagship em Tokyo, ao invés de Paris. A decisão foi tomada em razão das restrições da COVID-19 na Europa, mas soa também como uma volta à casa. Yohi Yamamoto foi um dos primeiros designers, ao lado de nomes como Kenzo Takada e Rei Kawakubo a furar a bolha eurocêntrica e conquistar o ocidente com seu vanguardismo. Nesta coleção há uma imagem clássica do designer, o predomínio do preto e branco, dando destaque à construção das peças e aos detalhes. Existe um ar teatral, romântico, quase melancólico nesta coleção. A inspiração também vem do vestuário masculino do século XIX e da estética do Dark Academia.
Os ternos pretos adquirem modelagens amplas – como vimos em outros desfiles da temporada, mas de uma forma ímpar. Os blazers recebem inserções de renda, além de animal prints, que dão um toque surpreendente às peças. Enquanto as peças são atemporais e não é difícil imaginar jovens a desejando, cabe destaque ao casting de majoritariamente homens mais velhos em uma indústria tão centrada na jovialidade como a moda.
