Após ter debutado na Pitti Uomo há exatos seis anos, a marca Magliano retornou ao evento como um dos desfiles convidados – e mais esperados. Luca detém hoje quase um título de salvador da moda masculina italiana: é ele quem tem inserido elementos novos aos clássicos e outras alegorias à alfaiataria. Vale lembrar, com Armani prestes a completar 90 anos, faltam nomes que ocupem esse lugar e mantenham a alfaiataria italiana como grande referência.
Voltando ao desfile, tricôs e suéteres com estampas divertidas e com quê brecholento, um styling bem flamboyant que coloca, por exemplo, estolas de pele caídas sobre os ombros. Há um ar de vulnerabilidade e entrega no homem da marca – até no elegante look total branco, lábios vermelhos evocam dualidade. O perfume oitentista tem motivo: o filme “Nosthalgia” de 1983 influenciou o designer.
Ainda mais interessante do que analisar as peças de forma avulsa, são as sobreposições, assim como as proporções – meio alongadas misturando elementos street, como bolsos em evidência e passantes inesperados. É poético e bem romântico, a intersecção entre passado e presente, realidade e ficção. “Novos princípios e mais liberdade”, soltou Magliano minutos após a apresentação.