Em 1966, o mundo vivia em estado de rebeldia e a mulher era símbolo de transgressão, liberdade e de uma expressão ainda não disseminada na época, mas onipresente hoje, o empoderamento. Yves sentiu isso e colocou naquele ano a primeira – de muitas – blusas de chiffon transparentes. Seios à mostra. Olhares de reprovação. Em 1968, um vestido inteiro revelador, no mesmo material, um chiffon finíssimo.
56 anos (!) depois, Anthony Vaccarello escolheu o inverno 2024 para referenciar esse período.
Essa interpretação pode soar antiquada para muitos, mas isso não é o que acredita Vaccarello. Muita segunda pele em tons terrosos, pretos e um vermelho queimado aqui e ali, além do onipresente verde oliva. Se marcas como a Bottega fazem roupas para a rotina 9 to 5, na Saint Laurent as roupas são idealizadas para depois do entardecer e minutos antes do amanhecer.
Quem se destaca mesmo em meio a tanto bodycon são as jaquetas de couro enrijecido meio casulo com ombros e mangas arredondadas. Igualmente lindo, o blazer verde musgo, quinto look a cruzar a passarela. E como quem tem legado põem pra jogo: o último look foi arrematado por um colar bem conhecido entre os obcecados pela histórica da marca, o coração-fetiche criado em 1962, sendo usado apenas no look favorito de Yves a cada estação…
Bom para lembrar que em meio tanta sexualidade, ali também bate um coração apaixonado.