Se um dia alguém questionar o poder das cores, vale mostrar o desfile de inverno 2024/2025 da #Valentino . Não, a coleção não desapontou, bem longe disso, mas Pierpaolo sempre foi elogiado justamente por ser um mestre das cores, então quando elas não aparecem, realmente fica a sensação de que falta algo.
“Le Noir”, o nome já entregava que seria uma coleção dedicada ao preto, a não-cor, objeto de estudo e obsessão da moda. Outros nomes já se aventuraram por mostrar uma coleção homenagem ao misterioso preto, outros já o trataram como assinatura (vide Ann Demeulemeester), mas aqui, na Valentino, realmente deixou saudade ver verdes vibrantes, laranjas, magentas, roxos, púrpuras e até o famigerado vermelho-Valentino – idem pro pink Valentino.
Sabendo da profundidade do tom escolhido, Pierpaolo foi suave nas formas, fresco até demais para uma coleção de inverno: mini comprimentos, recortes, fendas profundas e muita, mas muita transparência. A sequência final de longos vaporosos é bem bonita e poética. A trilha com hits de Sade, cantora-ref dos 1980/1990, mostra que ali ainda há muito romance por baixo da não-cor incógnita.