Antonio Castro, o nome por trás da Foz, é detalhista, caloroso também – mesmo que tímido em uma primeira troca de olhares. Sua marca é uma extensão dessa personalidade. Comedida, mas repleta de boas surpresas. Se da cana sai aguardente e também a rapadura, de uma mesma mente criativa as possibilidades podem ser tão imprevisíveis quanto.
É sabido que as tramas e tecidos naturais estão sendo celebrados mais do que nunca entre os designers contemporâneos – é a forma de atrelar a demanda comercial e ainda dialogar com materiais que fazem parte da nossa história, como o linho e, especialmente, o algodão em diferentes gramaturas.
Se o feminino caminha por um lugar lânguido e com lampejos de festividade, o masculino enverga por paisagens e trajetórias tão interessantes quanto. Os looks com arremates sinuosos, que tiram a sisudez, merecem menção especial. Outro ponto alto: o jacquard rústico em versão macro, com camarões, caranguejos e outras delícias.
Dá vontade de usar e, ainda mais, de tocar. Sem medo de ser referente ou se atrelar com suas raízes, Antonio impressiona porque desejamos fazer parte daquilo e nos identificamos por elementos que nos habitam – independente da região que nascemos.