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    GUCCI
    Verão 24
    Todos Ler Review
    Por Camila Yahn 22.set.23

    O desfile da Gucci era o mais aguardado de toda a temporada, pois sinaliza uma nova era com a estreia de Sabato de Sarno, o estilista italiano de 40 anos que saiu da Valentino para ocupar o posto deixado por Alessandro Michele.

    Sai um romântico, entra um pragmático para focar na herança da marca e aproveitar essa mega nostalgia dos anos 90 e 2000 que parece interminável. Nenhum problema com isso, eu vivi e amo os anos 90, mas a nostalgia às vezes pode ser uma armadilha.

    Assisti ao desfile pelo Youtube junto com outras 10 mil pessoas pelo mundo e preciso falar que “entrei” no desfile aberta. Ele começa com a música Loveher, da Romy (um lado do XX): fiquei feliz, parecia promissor. Mas então passei o resto do desfile esperando alguma coisa acontecer.

    É uma coleção bonita e cool, mas pré-pandemia. Sabato não olhou para o estado do mundo nem considerou a diversidade das pessoas. Todo o trabalho que Michele construiu – mais afetivo, caloroso e inclusivo – desapareceu. A Gucci esfriou, baixou o volume e fez uma coleção com tamanhos hiper curtos desfilados por meninas hipermagras e que poderia também ter sido criada para a Miu Miu, onde ele já trabalhou.

    Minimalismo (a gente já esperava) e foco na alfaiataria. Tem sim peças muito bonitas – quem entrar na loja vai poder ver e comprar excelentes peças, mas um desfile precisa acender um fogo dentro da gente – ou pelo menos costumava ser assim. Esse frescor estéril, a qualquer preço, sem olhar pro mundo, desaponta.

    Fato que ele quis limpar ao máximo qualquer resquício de Michele pra deixar bem claro que entramos numa nova era. A coleção chama-se Ancora, palavra que Sabato tem tatuada no braço e significa “de novo”. “Significa novamente, como quando você gosta de algo e quer mais”, ele disse em uma entrevista a Vanessa Friedman esta semana.

    Este é apenas sua primeira prova de fogo, portanto cedo para tirar grandes conclusões. Mas vale observar se a Gucci vai mesmo fazer sua volta aos 90, não apenas no estilo, mas também num conceito mais filosófico do que significava a moda naquela época.

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