A Burberry apresentou hoje (16.09) as suas propostas para o verão 2025, no último dia da LFW. E o verão imaginado por Daniel Lee, atual diretor criativo, segue nublado, contido e distante – nada de suor ou muito ensolarado, tímido até para um verão inglês.
Daniel ocupa um lugar delicado, a Burberry na busca por se posicionar como uma marca de luxo vem se equilibrando na corda bamba para criar desejo e atingir esse almejado público e, claro, se manter lucrativa, mas não parece estar exatamente atingindo seus objetivos. Quanto a coleção em si, Lee propõe uma silhueta e proporções que também parecem não se encaixar ao agora, talvez seja proposital ou um exercício de styling que simplesmente não decola.
A alfaiataria é, claro, muito bem cortada, as jaquetas iniciais e as com comprimento cropped são interessantes. Já os zíperes em evidência, a cintura baixa, os elementos utilitários usados aleatoriamente, martingales… há mais estranhamento do que entrosamento na imagem final.
Os acessórios ganharam uma limpada e surgiram menos conceituais e experimentais, já que cabe a eles o papel de mexer e elevar os números das planilhas. Entre terrosos, lilás e laranja pontuando, e entre muita sarja e gabardine, paetês. O impacto e os ares da mudança não vieram, mas nota-se um exercício de Lee ser mais suave – mesmo que de uma forma bem pessoal.