Se Armani fosse dono de algo que não fosse sua marca, creio que ele seria o senhor do tempo. Explico. Aos 90 anos, sempre muito participativo de suas coleções, ele não deixa de olhar para o seu legado ao mesmo tempo que busca algum significado para o futuro. Esse foi o único desfile de Armani nessa temporada com a Emporio Armani. Para quem gosta da alfaiataria irretocável do Signore Armani, o desfile entregou o que se esperava, – e um pouco além.
No verão 2025 da linha mais casual, ele se permitiu brincar com o senso de gênero. Tem algo mais espírito dos nossos tempos que transitar entre eles? Pode não parecer revolucionário, mas o que toca o coração é a provocação que é percebida nos detalhes. Entre 114 looks, um acessório foi protagonista do show: a gravata. Usada por uma modelo na foto de Aldo Fallai que estampou o cenário do desfile, ela surgiu na passarela em seu formato mais clássico, mais justa ou mais folgada, foi amassada feito um colar e até se transformou em tops provocativos. Após o desfile, ninguém foi embora, prontos para o afterparty. A festa rolou a noite toda, celebrando não apenas a coleção e os 90 anos de Armani, mas também o agora.