“Essa não é uma coleção para fugir da realidade, mas para nos ajudar a passar por ela”, escreveu Marc Jacobs em seu press release da coleção Courage de verão 2025. E tem sentido: já faz algumas temporadas que o estilista tem se debruçado no exercícios de ampliar, maximizar e extrapolar – de forma literal e não literal.
Marc é um apaixonado por moda, como já escrevi tantas vezes aqui, nunca escondeu sua predileção pelo trabalho de Rei Kawakubo na Comme des Garçons, então não soa desrespeitoso de forma alguma citá-la para descrever seu momento atual. Diferente de outros estilistas, ele não tem medo de revelar suas referências, desejos secretos e vulnerabilidades.
Volumes, construções exageradíssimas, momentos inflados, costas arredondadas, quadris geométricos… Tudo remete a célebre coleção “Body meets Dress” de 1997, que influenciou toda uma geração e segue influenciando, ao criar dismorfias e redesenhar a silhueta. Mas também tem muito de todo o repertório de Marc: a pegada preppy, os brilhos hedonistas, o mix de décadas, a diversão…
Num momento tão controverso, especialmente nos Estados Unidos, Jacobs surge como um sopro de liberdade – assim como foi tantas outras vezes.