Mama Miuccia quer deixar um recado, mas, como bem sabemos, ela nunca dá de mão beijada. O desfile da Miu Miu de hoje (01.10), no último dia de PFW foi repleto de mensagens subliminares, provocações e pontas soltas. O foco central e que tira essa coleção da mesmice, sem dúvidas, é o comprimento das saias: sai a míni, entram as saias todas com comprimento no joelho.
O underwear reaparece em versão mais volumosa, um balonêzinho de leve; os plissados também, mais largos. A Miu Miu está menos college e voltou às suas origens, bem mais excêntrica e experimental: maiôs usados com saias clássicas, cinto de metal retrô, óculos dos anos 1960, lingerie, bordados com cara vintage, agasalho emprestado do armário do pai (ou seria do namorado?), recortes, muita pele à mostra, estranhezas…
Mas ela também é cabeça, então há estampas Verner Panton em casacos, já que como insinuava algumas das frases do journal do cenário, a palavra passado se faz onipresente. Se todos olham para os anos 1960 é porque na década a humanidade sonhava com o futuro, o homem fora da órbita, pisando na lua.
O casting também foi cheio de surpresas, com mulheres de diferentes faixas etárias, mostrando que a marca não se limita mais ao rótulo de “marca jovem”: Cara Delevingne; a it-girl ref de diferentes gerações, Alexa Chung; Hillary Swank (que protagonizou dois filmes que, sem dúvidas, devem ter uma boa nota no Letterbox de várias Miu Miu Girls, “Menina de Ouro”e “Meninos não Choram”) e, encerrando, Willem Dafoe em versão daddy, bem destoante da coleção. O que Miuccia quer dizer para nós? Muita coisa!