Chique se tornou uma expressão nostálgica e saudosista. Afinal, em um mundo tão controverso e brutal há espaço para ser chique? Na Saint Laurent a resposta em letras garrafais é: sim! Tendo o Bourse de Commerce – que abriga a coleção de arte contemporânea de François Pinault, CEO do grupo Kering, que detém a Saint Laurent –, como cenário, o desfile foi uma ode aos códigos da marca.
Vaccarello e Francesca Bellettini, diretora executiva, passaram de secundários para as grandes estrelas do grupo com uma fórmula muito bem definida: elevar a sofisticação a última potência, apostar em clássicos e suprir o desejo de elegância — uma fome até então tímida, mas que parece ter despertado o apetite de muitos consumidores. Não à toa, desbancaram a Gucci em vendas e se tornaram uma dupla dinâmica, com direito a uma capa recente na revista System, onde pode-se ler: “The Saint Laurents”.
E se o guarda-roupa masculino anseia por novidades, Vaccarello sacia essa vontade, mas com clássicos revisitados: a camisa branca ganha um grande laço, o sapato um salto mais marcante, a alfaiataria vem lânguida, costas nuas, transparências e brilhos em malhas alongadas. A beleza impecável entrega: esse homem idealizado pela marca gosta de se arrumar, de atrair olhares, de impressionar. Para encerrar: Charlotte Gainsbourg ao piano para a fila final. A sensação que fica é a de puro deslumbre. Ótimo encerramento para o primeiro dia de desfiles masculinos em Paris.