Reinaldo Lourenço opõe os rigores do militarismo com roupas de inspiração elevada, com pontos de luz como alegorias para a busca da espiritualidade. A primeira parte, como se pode prever, mais fácil de materializar.
O que se espreme dessas referências, entretanto, é mais uma sorte de libertação estilística, entre aspas, numa coleção mais solta do que as anteriores (a do café, por exemplo, mais monotemática). Os blocos da edição são bem definidos, entretanto, unificados pelo cabelo à la anos 40, sobrancelha fininha redesenhada.
O desfile começa com a poética série de coletes e “visitas”, contidos nas mangas que se abrem somente à altura da bainha, arrematadas por golas de pele e botas pontudas, com uma meia longa preta conferindo certa bossa e contemporaneidade aos looks.
O aspecto nobre se reforça com a organza bordada em flores com paetês, desdobrada nos vestidos de comprimento 40’s, abaixo do joelho.
E zap. Entra uma blusa transparente com escritos em aramaico (em cada letra do alfabeto mora um anjo, parece). E assim o desfile segue, sem proporcionar muito no que o espectador se segurar. Quando uma ideia fixa em nossa mente, logo ela se esvai. Claro que isso na loja pouco importa. E daí que quem se identifica com o estilo de Reinaldo Lourenço vai poder comemorar e comprar os espertos looks em couro; as peças de ombros pontudos; os difíceis verdes que na mão do designer crescem e passam a ser ‘certos’.
Os dois últimos blocos do desfile, com os exóticos “vestidos-comenda”, aparentemente precisariam mais tempo para ser afinados, retrabalhados no ateliê, e nem de longe estão entre os melhores momentos da trajetória do estilista. Fiquemos, então, com o militarismo streetwise lá do miolo do desfile. Esses são Reinaldo Lourenço at his best.
Reinaldo Lourenço opõe os rigores do militarismo com roupas de inspiração elevada, com pontos de luz como alegorias para a busca da espiritualidade. A primeira parte, como se pode prever, mais fácil de materializar.
O que se espreme dessas referências, entretanto, é mais uma sorte de libertação estilística, entre aspas, numa coleção mais solta do que as anteriores (a do café, por exemplo, mais monotemática). Os blocos da edição são bem definidos, entretanto, unificados pelo cabelo à la anos 40, sobrancelha fininha redesenhada.
O desfile começa com a poética série de coletes e “visitas”, contidos nas mangas que se abrem somente à altura da bainha, arrematadas por golas de pele e botas pontudas, com uma meia longa preta conferindo certa bossa e contemporaneidade aos looks.
O aspecto nobre se reforça com a organza bordada em flores com paetês, desdobrada nos vestidos de comprimento 40’s, abaixo do joelho.
E zap. Entra uma blusa transparente com escritos em aramaico (em cada letra do alfabeto mora um anjo, parece). E assim o desfile segue, sem proporcionar muito no que o espectador se segurar. Quando uma ideia fixa em nossa mente, logo ela se esvai. Claro que isso na loja pouco importa. E daí que quem se identifica com o estilo de Reinaldo Lourenço vai poder comemorar e comprar os espertos looks em couro; as peças de ombros pontudos; os difíceis verdes que na mão do designer crescem e passam a ser ‘certos’.
Os dois últimos blocos do desfile, com os exóticos “vestidos-comenda”, aparentemente precisariam mais tempo para ser afinados, retrabalhados no ateliê, e nem de longe estão entre os melhores momentos da trajetória do estilista. Fiquemos, então, com o militarismo streetwise lá do miolo do desfile. Esses são Reinaldo Lourenço at his best.