Direção criativa
Raquel Davidowicz
Styling
Raquel Davidowicz
Beleza
Vanessa Rozan (maquiagem) e Juliana Barbosa (cabelo)
Trilha
Hisato Tanaka
Tema
Comportamento dinâmico das ruas, sociedade mobile
Materiais
Crepe de seda, moletons, moletons com textura emborrachada, malha suede, tafetá de seda, lãs, suede com película metalizada e couro
A Uma está cada vez mais se tornando um oásis para os adeptos da moda minimalista.
Poucas cores, roupas lisas, mas com cortes, construções e texturas que a tiram do lugar comum. Nesta temporada Raquel está inspirada por sua recente experiência em Nova York, onde acaba de abrir uma loja da Uma. Olhando o vai e vem nas ruas, a forma como as pessoas se movimentam, um clima eclético no vestir, com sobreposições que se adequem ao frio-quente (entra no metrô, sai na rua, etc) e a questão da mobilidade, ela criou uma coleção versátil, descomplicada, confortável e com uma ênfase forte nas sobreposições, na mistura dos materiais e os efeitos que algumas técnicas podem causar na roupa.
A coleção faz uma transição fácil da passarela para as ruas. Um mantô de lã se transforma em uma jaqueta, as botas fazem papel de legging, o plissado é na verdade um amassado, o moletom aparece misturado com materiais nobres, como seda e couro e os tingimentos são exclusivos (“aqui não temos nada, não há novidades, tecidos em cores novas, tudo temos que criar e desenvolver”). Vale destacar as lindas peças de suede com película de foil e a cartela de cores enxutíssima – e suficiente.
As transformações dos materiais também rendem bons momentos. Um moletom, por exemplo, passa por um processo de corrosão e ganha um ar mais desgastado e manchado. “Essa imperfeição faz parte da história”, disse, em uma conversa no backstage antes do desfile. O imperfeito da Uma parece perfeito pra gente andar por aí em qualquer inverno, em qualquer megalópole. (CY)