Direção criativa
Lívia Cunha Campos
Beleza
Amanda Schon
Styling
Equipe Beira
Trilha sonora
Luiza Schulz
Direção de Desfile
Augusto Mariotti
Produção Executiva
Marta Frexes
Como boa minimalista que é, a graça da moda da Beira está nos detalhes. É uma roupa que não foi construída a partir de um tema diferente a cada coleção, e sim do caráter funcional da peça, que se desdobra e vai criando novas formas a partir da necessidade de confecção de partes básicas, como uma cava, uma gola, uma manga. “Não é uma coleção, é um discurso”, conta Lívia Cunha Campos, estilista e dona da grife, sobre seu processo de criação. Olhando para os looks dá para perceber essa ideia de continuidade em relação às outras coleções, com um frescor que vem do conceito como um todo, e não de uma coleção em especial: a ideia da roupa sem gênero, do foco no essencial abordado da maneira mais luxuosa possível, não do ponto de vista do exibicionismo ostensivo, mas de levar a investigação conceitual às últimas consequências, assim como o cuidado na execução do design.
Se de perto e com mais tempo as roupas seduzem cada vez mais, a coleção também causa boa impressão na passarela, dessa vez com uma cartela de cores única, amarelada, conseguida por meio do “destingimento” de tecidos de estoque da Beira. A partir daí, algumas peças ganharam pintura à mão por cima, o que criou desenhos como o quadriculado de alguns looks. Linho, algodão e seda são os tecidos dos macacões, de vestidos/túnica longos, da camisaria ampla que é um dos destaques da coleção, formando conjuntos lindos para meninos e meninas com calças ou calças e blazers. As costuras decorativas desenvolvidas a partir da costura funcional das peças são o toque de charme extra da coleção, e onde Lívia se debruçou nesta temporada. (CAROLINA VASONE)