Com a coleção Contra, a Cotton Project olha para movimentos de contracultura que influenciaram esportes como surf e escalada nas montanhas. A marca olha para os anos 50 e 60, no momento em que esses esportes questionaram uma sociedade conservadora e consumista em busca de um estilo de vida libertário e hedonista. Com um formato de desfile diferente – o público ficava de pé em torno de um círculo onde os modelos se posicionavam – a marca de Rafael Varandas continua a fortalecer sua identidade que recebe forte influência de esportes como skate e surf e de subculturas da moda e da arte. Fica claro a influência dos anos 60 em algumas peças e silhuetas, mas também na atitude. Aí está uma das coisas que a marca faz melhor: mistura universos, épocas, referências esportivas e urbanas, sempre de um jeito inconfundivelmente Cotton Project. Suas coleções não são daquelas que engajam pela criatividade explosiva, mas por como usam o estilo casual para contar histórias, para abrir mais uma janela de seu mundo, além de mostrar produtos desejáveis e bem executados. E entre as inúmeras opções de peças femininas e masculinas – básicos que se destacam por uma cartela de cores sempre muito bem pensada – vale sempre destacar os casacos e jaquetas. Só os três primeiros looks do desfile, de cara, já fazem a gente sonhar com dias mais frios. (Camila Yahn)
Foto: Zé Takahashi / Ag. Fotosite
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