Direção criativa
Renato Ratier
Equipe de estilo
Kakô Ferraz e Vivi Rivabem
Styling
Maurício Ianês
Beleza
Lau Neves
Trilha sonora
André Torquato e Renato Ratier
Cenário
Muti Randolph
Inspiração
Escola Bauhaus
Materiais
Malha, jérsei, tricoline, linho, viscose, seda, organza, georgette de seda, crepe, couro e náilon
A Ratier é uma marca jovem, está na terceira coleção. Mas sua evolução foi tão rápida, que parece que tem anos de experiência de moda. Renato Ratier, dono do D-Edge, transpôs sua estética dark minimalista da noite na estreia no evento, na edição passada, com peças intencionalmente sem acabamento, num mood de moda japonesa dos anos 80/90 depois seguida por Rick Owens. Nesta edição, deu um salto. Continua minimal, no lema “menos é mais”, mas sua pegada clean ganhou outros repertórios e acabamentos sofisticados, firmando-se como uma das únicas e importantes marcas brasileiras representantes do streetwear minimalista e conectadas com a interpretação deste conceito de moda de um jeito contemporâneo (afinal, o minimalismo na moda surgiu há, literalmente, décadas, no final dos anos 80, começo dos 90).
Nesta coleção a inspiração foi o estilo funcional e limpo da escola alemã Bauhaus, uma conexão que faz todo sentido para a moda da Ratier. Linhas simples e geométricas desenharam o shape dos 51 looks, entre masculinos e femininos. A silhueta é alongada tanto para mulheres como para homens, por meio de camisetas, coletes e túnicas compridas, macacões e conjuntos de peças monocromáticas, que também dão esse efeito. Destaque para a regata tipo túnica masculina de couro tom camelo com recortes brancos triangulares nas duas laterais, usada com calça de malha tipo legging.
O couro ainda é material muito importante e que define muito do DNA da marca Ratier e é usado para dar estrutura aos looks, num contraponto ao uso da malharia, o linho, a seda, num contraste de texturas (macia, dura). O estilista fez coletes de couro preto com alça mais fina usados sobrepostos a blusas e camisetas, e que criam desenhos gráficos circulares. Remetem também à ideia dos guerreiros da edição passada, numa sutil ideia de continuidade.
Dentro do trio alfaiataria, geometria e streetwear que compõe a base da coleção da grife, a alfaiataria aparece mais elaborada em relação à temporada passada e também mais adulta. A mulher Ratier também está mais sexy, o que abre o leque de abrangência da marca tanto de idade como de estilo. Menção especial aos sapatos tipo bota abertos atrás, como mules. (CAROLINA VASONE)