Num mix pouco usual (nem por isso mal-sucedido) entre linguagens de moda praia, lingerie, diving e couture, Alexandre Herchcovitch provou por que a Rosa Chá é relevante no cenário do prêt-à-porter do inverno 2010.
Num mix pouco usual (nem por isso mal-sucedido) entre linguagens de moda praia, lingerie, diving e couture, Alexandre Herchcovitch provou por que a Rosa Chá é relevante no cenário do prêt-à-porter do inverno 2010.
Liberto de certas amarras estilísticas da própria linguagem do beachwear a que a grife estaria supostamente conectada, Herchcovitch aciona o repertório de mais de cem peças relacionadas a coleções anteriores da Rosa Chá para uma coleção em que a roupa ocupa mais espaço que biquínis e maiôs de metros quadrados contidos entre tendências e debates sobre o que vai (ou não) pegar sobre as areias das mais badaladas praias brasileiras.
A inspiração de Alexandre Herchcovitch provem do modo com que amarramos nossas cangas, cruzadas; fechadas atrás feito panos em cadeiras; no chocolate da pele negra ou mulata; na lingerie que tangencia os neoprenes de mergulho. “Vejo muito das peças que eu criava para a drag queen Marcia Pantera”, suspira um nostálgico Alexandre diante das pranchas com os looks da coleção, modelo por modelo, representando suas entradas.
O estilista diz que está se divertindo muito nesta criação, mote principal para uma coleção que consegue ainda ser multiétnica: o que é “cor-de-pele” na beleza negra de Chanel Iman ou Samira é “chocolate”. No branco de Alicia K ou Bruna Sotilli, rosa branquinho...
A estamparia de Alexandre Herchccovitch não pode ser tomada como mero floral, mas imprime no erótico localizado o sexual desenho que explicita as (não) texturas dos principais looks do estilista, que deita e rola no vocabulário que, literalmente, aprendeu com sua mãe ainda adolescente.
Sorte dos fashionistas e das consumidoras daqui e de todo o mundo, que poderão dispor de uma interpretação própria e nunca previsível no mix das tendências da estação. Qual estação mesmo???