Colaborou Rodolfo Vieira A Haight estreou no SPFW com uma coleção que fala sobre o autoconhecimento. Tempo Suspenso é uma imersão para dentro de si mesmo, em que você não sabe mais em que tempo está. "As peças com camadas simbolizam todas as etapas que passamos para nos entendermos como únicos, até chegar ao nosso potencial máximo como ser", diz Marcella Franklin, fundadora e diretora criativa da marca. Para uma empresa de operação pequena, entrar em um evento como o SPFW é um estímulo e um desafio ao mesmo tempo. Varejo e passarela são dois universos paralelos, mas que se encontram em um determinado ponto, um cedendo daqui, o outro cedendo dali. Portanto, parece que esse mergulho em um novo processo tenha feito Marcella olhar para dentro de si e, o que ela encontrou lá, refletiu no que vimos na passarela. “É uma das maiores forma de reconhecimento da Haight até hoje, mas também um desafio pra uma marca pequena. O desfile envolve muita coisa que não éramos acostumados a fazer". Marca de moda praia nascida no Rio, a Haight já tem um following de mulheres descoladas que encontram na loja peças que fogem do estereótipo e ganham em design. A cartela de cores é ponto importantíssimo no processo da grife, que passa longe de estampas tropicais ou mix de cores vibrantes que não raro vemos na moda praia. Em vez disso, Marcela trabalha com poucas cores, como preto, nude e um tom de vermelho dos mais bonitos - quase metade da coleção foi construída nessa cor. A modelagem é outro ponto alto, um exercício de volumes e recortes raramente vistos em uma marca de praia. O desfile trouxe os clássicos da Haight junto a peças mais conceituais, mas vale lembrar que as roupas da Haight também já derrubaram essa barreira de mercado. "Temos peças que seguem uma linha de volume, proporção e materiais para a praia, mas o que a Haight tem de mais carioca é o comportamento da menina que está na praia e acaba indo pra um outro lugar, alguma festa durante o dia e depois à noite", explica. Um maiô não é apenas um maiô, é um top, uma regata, um body. Parte do exercício de fazer um desfile foi pensar em outros produtos que agregassem ao seu mix e dali saíram vestidos e túnicas que seguem a linha de cores e volumes. (Camila Yahn)
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