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    POSE: 3 ótimos motivos para assistir 

    A série sobre preconceito, amor, resistência estreia sua última temporada

    POSE: 3 ótimos motivos para assistir 

    A série sobre preconceito, amor, resistência estreia sua última temporada

    POR Redação

    Por Luiz Henrique Costa

    Revisitar a série criada por Ryan Murphy, Brad Falchuk e Steven Canals às vésperas da estreia da sua última temporada por aqui pode servir como uma aula sobre preconceito, amor e resistência. Destrinchamos aqui as três temáticas que são os pilares de Pose.

    AS BATALHAS DE VOGUING

    As batalhas de voguing representam muito mais do que performances no estilo sessão de fotos com as mãos no queixo, closes, espacates ou carões e movimentos popularizadas por Madonna, que ditavam as coreografias dos bailes secretos da comunidade LGBTQIA+ no Harlem dos anos 80 e 90 e as provocações felinas entre os competidores nas pistas. 

    Os bailes frequentados principalmente por homens gays negros e latinos, travestis e transexuais reuniam um grupo marginalizado e que carecia acima de tudo de oportunidades e respeito em uma sociedade altamente preconceituosa e excludente. Em um momento em que um vírus ainda desconhecido e com pouquíssimos recursos de tratamento aterrorizava e a prostituição sendo a única alternativa de sobrevivência para muitos, os bailes eram um ato de resistência, de esperança e de sonhos.

    Billy Porter vive Pray Tell em Pose. foto: divulgação

    Billy Porter vive Pray Tell em Pose. foto: divulgação

    Erros ou acertos não são poupados por um júri feroz munido de comentários ácidos e gongadas homéricas, mas existe no ar um senso de coletividade, de juntos somos fortes. O microcosmo do baile é como um treino hard para os seus frequentadores e para as batalhas que precisam enfrentar nas ruas. A fotografia ou o ar mais sombrio se limitam aos frequentes funerais ou aos quarteirões da noite de uma Nova York underground.

    A dica para entender a cena e a importância cultural desse movimento é assistir ao obrigatório documentário Paris is Burningde 1990, citado incansavelmente como referência por RuPaul. 

    pose-elektra
    A COMPETITIVA E PODEROSA ELEKTRA WINTOUR, QUE ASSUME O PAPEL DA VILÃ EM ALGUNS EPSÓDIOS. 

    A FAMÍLIA

    A série é acima de tudo sobre amor, apoio, senso de comunidade. É sobre cuidar do próximo, sobre pessoas cujos caminhos se cruzam através do destino e que se tornam famílias. As Casas que inspiram Pose são lares afetivos de acolhimento muito mais fortes e verdadeiros que o dos ambientes familiares hostis em que os personagens foram renegados, expulsos, ou nunca foram aceitos por simplesmente existirem tal como são. 

    O abandono, de modo especial vindo da família sanguínea, gera uma necessidade natural de agrupamento entre pessoas que compartilham das mesmas chagas, com forte instinto de sobrevivência e superação. Nem sempre é fácil vencer tantas adversidades e algumas vezes se refugiar nas drogas parece ser uma alternativa atraente de ‘solução’ imediata e por isso a rede de proteção entre os personagens e as regras de cada casa se tornam ainda mais importantes para dribla-las. Nenhum personagem representa melhor esse espírito do que Blanca, interpretada por MJ Rodriguez, a mãe da Casa Evangelista. 

    A diferença vital entre os lares liderados por mãe e filha que se separam, Elektra e Blanca, reside no temperamento de cada uma delas. Ao mesmo tempo em que nutrem respeito e admiração uma pela outra, são complexas e competitivas especialmente na rivalidade das batalhas de Vogue. Enquanto Blanca é amorosa, Elektra quer acumular troféus e vitórias a qualquer custo. A primeira é um poço de afeto e não mede esforços para impulsionar a carreira de modelo da filha, Angel, e a segunda entende que só é possível se defender de um mundo violento revidando com violência e esbraveja ordens sádicas como para que um dos filhos quebre os dedos dos pés do concorrente com um martelo. 579x325-q100_fd8d401b656201051996c71897ec38ef

    A MODA

    A série é recheada de referências de moda, característica recorrente nos trabalhos assinados por Murphy com a figurinista e parceira de longa data, a expert Lou Eyrich. Os anos 80 enriquecem o figurino de Pose com os excessos nos shapes, cores, acessórios e brilhos cintilantes marcantes da década e abraçam sem medo a magia em torno das temáticas das batalhas. 

    ANGEL EM CENA DE POSE. FOTO: DIVULGAÇÃO

    ANGEL EM CENA DE POSE. FOTO: DIVULGAÇÃO

    As referências ao universo da moda não se restringem ao figurino. A casas e personagens são batizados com sobrenomes poderosos da moda como Wintour ou Evangelista. A atriz Dominique Jackson, hoje um ícone fashion, na vida real faz parte de uma casa chamada Margiela e na última temporada de Paris, desfilou para a Mugler.

    Além de Dominique, MJ Rodrigues, Indya Moore, Angelica Ross e, claro, Billy Porter têm sido presença constante em editoriais e capas de revistas de moda pelo mundo e nos red carpets. 

    E pra quem tem alguma dúvida sobre a força do elenco e os diálogos certeiros de Pose deixamos esta cena imperdível em que Elektra dá uma cala-a-boca finíssimo em grupo de madames transfóbicas em um restaurante. 

    Um caldeirão efervescente de emoções promete encerrar com chave de glitter a terceira e última temporada de Pose. As duas primeiras temporadas estão disponíveis na Netflix para quem quiser (re) maratonar a série antes de se despedir das cativantes personagens.

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