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    Com 3 indicações ao Oscar, o belo e assombroso Jackie estreia nos cinemas
    Com 3 indicações ao Oscar, o belo e assombroso Jackie estreia nos cinemas
    POR Redação

    Por Luísa Graça

    Quando um atirador disparou seu rifle em direção a John F. Kennedy enquanto ele passava com sua caravana pela cidade de Dallas, uma bala atingiu o crânio do presidente americano. Caiu em colapso sobre o colo de sua esposa, a primeira-dama Jacqueline Bouvier Kennedy, que se agarrou aos pedaços de osso e cérebro, seu tailleur rosa manchando de sangue. É um momento brutal e emblemático na história dos EUA e também em Jackie, um retrato estilizado e íntimo da mulher que dá nome ao filme durante os dias que sucedem o assassinato de seu marido, dirigido pelo chileno Pablo Larraín (No, Neruda).

    A figura de Jackie Kennedy está marcada na memória de muita gente, imortalizada em fotografias e nos retratos pop de Andy Warhol. Desde que tornou-se primeira-dama em 1961, aos 31 anos, permaneceu como um dos maiores ícones da história americana – e pessoas nos quatro cantos do planeta sempre ouviram histórias sobre sua família, seu estilo e elegância e, claro, sua tragédia. “Todo mundo sabe quem ela é e conhece fatos sobre ela, mas ninguém a conhece realmente”, explica o diretor em entrevista coletiva. “Jackie ainda é uma pessoa misteriosa”.

    A tarefa de dar vida à mais notória primeira-dama americana coube à atriz Natalie Portman, vencedora do Oscar em 2011 por Cisne Negro e na disputa por um bicampeonato novamente neste ano. É, sim, uma trama sobre um símbolo americano, uma personagem histórica, mas que por um viés muito íntimo consegue comunicar e comover também um público que não tem muita ligação com a história. Portman sopra na severamente discreta Jackie uma vida interior cheia de nuances – vulnerabilidade, força e graça coexistem em face a uma tragédia desmedida. “Ela está vivendo tantos sentimentos de uma só vez…”, reflete a atriz. “O filme a aborda por vários ângulos. Ela é uma jovem viúva; ela é um símbolo para um povo; é mãe, esposa – uma esposa traída; ela é uma pessoa que está tentando encontrar seu caminho no mundo”.

    ©Cortesia Diamond Films

    ©Cortesia Diamond Films

    Encarnando Jackie

    “Certamente foi o papel mais perigoso que já fiz, pois todo mundo conhece a aparência dela, a voz dela, a sua maneira de andar. Todos têm uma ideia de quem ela era e eu nunca interpretei um papel assim antes”.

    O filme de Larraín, com trilha sonora e direção de fotografia belíssimas, registra diferentes facetas de Jackie Kennedy. A pública, popularizada num programa de TV em que fez um tour pela Casa Branca e numa longa entrevista concedida à revista Life; e a privada, em contato com os filhos, com o cunhado (Peter Sarsgaard) e em conversas íntimas com um padre (John Hurt). Portman precisou, então, equilibrar sua performance dependendo de qual versão de Jackie teria de mostrar em cena.

    “Foi algo que notamos ao ver arquivos de filmes e fitas de áudio da Jackie. Sua voz e presença eram muito diferentes. Quando estava dando uma entrevista pública, ela ficava mais tímida e recatada, sua voz um pouco mais aguda”, explica Portman. “Havia muitos pequenos detalhes na maneira que se apresentava quando estava dando uma entrevista como a esposa de um político comparados às fitas de áudio em que conversa com o historiador Arthur Schlesinger e com seus amigos. Era outro tom, outra voz”.

    O Figurino

    A imagem de Jackie também funcionava como uma espécie de escudo, separando a persona pública – calculada e recolhida, da pessoa que poucos além de sua própria família conheciam. Formada em Literatura Francesa, ela tinha um lado aristocrata, acadêmico, mas também tinha uma popularidade inquestionável e um senso de tendências de arte e moda que se adequavam bem a nova cultura televisiva que se formava em tal momento.

    ©Cortesia Diamond Films

    ©Cortesia Diamond Films

    “Você pode perceber que ela viveu alguns anos na Europa, especialmente em Paris, por meio de suas referências de moda e elegância”, disse a figurinista Madeline Fontaine, indicada ao Oscar por este filme, em entrevista recente. Esse traço aparece claramente em muitos looks do figurino do filme. Do suéter creme e calça preta que usa em casa durante uma entrevista ao vestido Dior de duas peças em lã bouclé que Kennedy vestiu em seu tour televisionado pela Casa Branca. Esse último, vermelho escarlate, também ganhou uma versão em rosa durante a filmagem do longa. “Nós precisamos fazer as peças em duas cores diferentes para recriar também o mesmo tom de cinza das imagens da televisão em branco e preto”, explica a francesa que recriou, concebeu, encontrou e transformou peças para compor o figurino da personagem título. “Encontramos algumas coisas em lojas vintage de Paris. Usamos também algo muito típico do final dos anos 1950, início dos 60: a camisola de nylon. É algo bem característico à época. Não sei se ela tinha peças assim, mas decidi acreditar que sim”.

    ©Cortesia Diamond Films

    ©Cortesia Diamond Films

    Para acertar o tom de rosa do famoso tailleur Chanel e chapéu pillbox usado por Jackie no dia nefasto do assassinato de JFK, Fontaine teve de fazer vários testes e, depois disso, confeccionou cinco réplicas do look, que fica ensanguentado ao longo das cenas. O maior desafio foi acertar em cheio a cor e o tecido, mas conseguiu. “Quando vimos Natalie nessa roupa, ela realmente tinha a aura de Jackie”.

    Portman, então, pondera sobre o estilo da primeira-dama: “Jackie apreciava muito a beleza, e isso era tão importante para quem ela era, mesmo que algumas vezes isso fosse visto como certa indulgência. Eu comecei a ver as roupas dela como uma parte importante de toda a fachada que a cercava, de como ela queria ser vista. Mas não era de maneira alguma tudo o que ela era”.

    Jackie estreia nesta quinta nos cinemas

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