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    Conheça o fanzine feminista One Of My Kind e o coletivo por trás dele
    Conheça o fanzine feminista One Of My Kind e o coletivo por trás dele
    POR Camila Yahn
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    Páginas da segunda edição do fanzine OOMK ©Reprodução

    Uma pequena revista com grandes ideias. Essa é uma frase que traduz a essência dos fanzines. E foi navegando pelos sites do “The Huffington Post” e da “Dazed & Confused” que encontramos as ilustrações de Sofia Niazi, uma das criadoras do OOMK (one of my kind), zine bianual que fundou com as amigas Rose Nordin e Sabba Khan há menos de dois anos. Ela também trabalha para veículos como o jornal britânico “The Guardian” e a revista “Tank”.

    O OOMK está dando o que falar porque trata de assuntos relacionados à mulher de maneira inclusiva, provocadora e honesta. Sofia, por exemplo, é muçulmana, e muitas matérias da revista abordam o preconceito à religião e à raça, combatem o sexismo e criticam a postura da mídia mainstream, que divulga a religião como uma experiência problemática.

    O coletivo explora o universo da mulher e sua relação com a criatividade, contemporaneidade e a espiritualidade, com temas como fé, identidade e ativismo. Além do fato de sofrerem preconceito por conta de cor e religião, as meninas do OOMK também criticam o mundo das artes, que ainda dá aos homens seus cargos mais poderosos: os salários mais altos nas galerias e museus mais prestigiados do mundo pertencem a eles. Usam a arte e textos bem escritos para passar mensagens e ecoar um discurso de um novo feminismo.

    “Queremos um espaço em que seja normal discutir religião como uma experiência não problemática, como a mídia mainstream divulga normalmente. É frustrante ver as pessoas discutirem com tão pouco conhecimento sobre o assunto”, diz Sofia em entrevista concedida ao site Dazed Digital.

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    Gif da ilustradora Sofia Niazi para o Tumblr Women of Wot (War on Terror) ©Reprodução

    De fato, alguns acontecimentos têm colocado nova luz no feminismo e atraído cada vez mais simpatizantes, de modelos a atrizes e intelectuais voltados para dar um novo respiro a questões como preconceito e o papel da mulher na sociedade. O discurso HeforShe de Emma Watson na ONU foi um deles, potencializado pelo fato de ser uma jovem atriz mundialmente famosa falando em um evento de prestígio e grande alcance. O vídeo foi visto e revisto mais de seis milhões de vezes no YouTube.

    Nesta quarta (06.05), Michelle Obama fez o discurso de abertura da nova sede do Whitney Museum, em Nova York, projetada por Renzo Piano. Parte de sua fala abordou o racismo e a percepção de que os negros não se sentem bem vindos em museus como o Whitney: “Há muitos jovens neste país que olham para centros culturais como este e pensam: ‘este lugar não é para mim’. Garanto que há crianças vivendo a poucos quarteirões e não sonham em entrar aqui nem em um milhão de anos. Eu conheço esse sentimento muito bem”.

    A cultura DIY do fanzine é um terreno próspero para assuntos específicos, para formação de grupos, para crítica e discussão de temas relevantes fora do círculo acadêmico. Soma-se a isso arte, desenhos, cor, ironia, originalidade e o apoio da internet.

    Sofia, Rose e Sabba se conheceram em uma feira de zines e hoje organizam a sua própria, a DIY Cultures, em Londres, onde têm notado a proliferação de revistas com teor feminista e multirracial. A próxima acontece dia 24 de maio. “É um lugar onde nos sentimos protegidas para que discussões assim aconteçam”.

    O OOMK é feito à mão, sai duas vezes por ano e está em sua quarta edição. Para comprar, clique aqui. Vale ver também o lindo Tumblr com os gifs de Sofia, women of wot, sobre as mulheres vítimas da guerra ao terror.

    Veja na galeria a seguir algumas imagens publicadas no fanzine OOMK.

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