Por Luísa Graça
Como fotógrafo da revista Life, Mark Shaw retratou celebridades e artistas tais quais Audrey Hepburn, Grace Kelly, Pablo Picasso e Yves Saint Laurent, mas foram os registros que o americano fazia das apresentações de coleções de Alta Costura em Paris que capturaram a admiração de Jacqueline Kennedy e a deram confiança para convida-lo a ser o fotógrafo pessoal da família da família Kennedy nos anos 1960 até a morte do presidente JFK. Uma seleção dessas fotos high-fashion que conquistaram Jackie está em exibição até setembro na Galerie MR14, em Paris, na mostra Mark Shaw: No universo da Alta Costura… Dior, Balenciaga, Balmain.
Com 50 fotos da era de ouro da couture parisiense representada por essas três maisons, um filme e um ambiente que reconstitui um salon de desfiles, esta é a primeira de uma série de exposições que a Fundação Arquivo Fotográfico de Mark Shaw e a agência Melissa Regan planejam fazer na cidade. Shaw, que também foi colaborador de publicações como Harper’s Bazaar, Esquire e Mademoiselle, foi o primeiro fotógrafo a registrar imagens coloridas em desfiles de moda, retratando o trabalho nos ateliês, os segredos dos bastidores e o glamour da passarela em fotos deslumbrantes.
Acostumado a fazer ensaios da cultura americana para a Life, Mark conseguiu capturar algo novo, pouco visto na fotografia dos anos 1950, especialmente em se tratando do universo da Alta Costura. Enquanto as imagens da época eram mais rígidas e posadas, os cliques do americano tem uma infusão de energia e movimento; cor e vida. Muitas dessas fotos, entretanto, só foram descobertas recentemente. Quando o fotógrafo faleceu subitamente aos 47 anos, no auge da carreira, em 1969, seu arquivo fotográfico foi guardado num depósito em Nova York e lá ficou por mais de 30 anos até que os herdeiros dos arquivos foram nomeados e pouco a pouco descobriram (uma foto de Yves St. Laurent literalmente escorregou de uma pasta de papeis, por exemplo) e compilaram as imagens. Uma série delas, encontrada em 2011, chegou a render o livro Dior Glamour: 1952 to 1962, publicado pela Rizzoli em 2013.
“Ele é brilhante em fotografar uma cena em ação, em foco. É por isso que sua fotografia é tão notável e incomum, porque não há apenas uma moda fantástica e uma modelo linda, mas uma cena significante ao fundo. Quer sejam as ruas de Paris ou interiores incríveis. É isso que vai além da fotografia de moda comum: há contexto em torno do objeto principal”, afirmou Andrew Wilder, galerista que detém os direitos de venda das fotografias de Mark Shaw.
Mark Shaw: No universo da Alta Costura… Dior, Balenciaga, Balmain fica em cartaz na Galerie MR14 até 3 de setembro de 2017.