Fotografia de Vivi Bacco que está na exposição A3, na galeria Crivo, em São Paulo ©Divulgação

Três artistas reúnem-se para uma coletiva na galeria Crivo, na Vila Madalena, em São Paulo. A exposição chama-se A3 e traz obras de Choque, Julieta Bacchin e Vivi Bacco, que mostram seu olhar por meio da fotografia, apresentando diferentes e complementares linguagens fotográficas, em três pontos de vista igualmente distintos.

A mostra foi pensada para promover uma discussão sobre o corpo como agente interventor na contemporaneidade. “A escolha dos três artistas passa pela relação de corpo e espaço”, diz o curador Hélio Moreira Filho.

A escolha é acertada e consegue mostrar visões diferentes e uma produção contemporânea e original. Choque é conhecido por sua série “Pixação SP”, que foi exposta em 13 países e entrou na 29ª Bienal Internacional de Artes de São Paulo. Na Crivo, ele apresenta um recorte sobre essa série, além de duas obras inéditas. “Há muita discussão sobre esse tema”, diz o artista. “Na mostra, e em todo o meu trabalho, as pessoas podem perceber o quanto tudo isso é onipresente no nosso cotidiano.” Segundo o fotógrafo, seus registros ajudam a desvendar esse universo.

Julieta tem como eixo de seu trabalho o autorretrato performático e o que vemos é uma parte da série “Photo Poema”, com seis autorretratos criados a partir da obra literária de Hilda Hilst. Ela fez uma residência na Casa do Sol (antiga morada da escritora) e criou imagens em que a natureza e a figura feminina são protagonistas. “Uso meu próprio corpo como veículo para a construção das imagens, que são performances capturadas na fotografia”, explica a artista.

E uma viagem ao Japão inspirou o novo trabalho de Vivi Bacco, que participa com a série Bento Box. A diversidade das imagens faz alusão às caixas compartimentadas com refeições e diferentes alimentos, parte do cotidiano dos orientais. “Porém, não se trata de um registro de viagem”, esclarece Vivi. “São recortes, excertos do meu olhar sobre o que vivenciei nesse período”. Emergem, na estética da fotógrafa e de forma espontânea, elementos da natureza, em leituras ora sensuais ora brutas, e o corpo, retratado com intimidade e despudor.

Para a impressão, Vivi usou papeis japoneses, como o Washi, todo artesanal, e finalizou a maior parte do trabalho em um dos principais ateliês de impressão de Tóquio. Vivi participou da edição 39 da “FFWMAG” assinando os retratos de Erika Palomino.

A3! @ São Paulo
De 2 de julho a 30 de julho de 2015
Segunda a sexta das 12h às 20h; sábado das 14h às 20h; domingo das 12h às 18h
Galeria Crivo – Rua Aspicuelta, 673, São Paulo