A história dos murais de Keith Haring na Bahia
Durante os anos 1980, o artista novaiorquino passou uma temporada no Sul da Bahia onde pintou casas, muros e cabanas.

A história dos murais de Keith Haring na Bahia
Durante os anos 1980, o artista novaiorquino passou uma temporada no Sul da Bahia onde pintou casas, muros e cabanas.
Era década de 1980, na época, não havia água encanada e nem luz no vilarejo de Serra Grande, em Valença, na Bahia, quando o artista novaiorquino KeithHaring escolheu o local para passar uma temporada.
Em busca de tranquilidade, o artista falecido em 1990, queria escapar um pouco do ritmo efervescente da cena de arte em Nova York, onde ele era uma grande estrela e circulava ao lado de nomes como Madonna e Andy Warhol.
Serra Grande foi mais do que um refúgio para ele — foi uma faísca criativa, um lugar onde ele podia pintar sem nenhum compromisso. O impacto da vila baiana na obra de Haring se traduz em traços vivos, cores pulsantes e uma nova simbologia que ecoa até hoje. Durante sua temporada por lá em 1984 e 86, Haring capturou a essência do lugar em pinturas de árvores, casas de pescadores e na troca intensa com a comunidade local. A vivência com as crianças do vilarejo reverberou em sua estética, influenciando seus desenhos e reforçando o caráter lúdico de sua produção.

fotos: reprodução
Essa passagem do artista pela Bahia foi motivo de um documentário dirigido por Guto Barra e Gisela Matta, disponível no Youtube.
Kenny Scharf, artista e amigo próximo, testemunhou esse mergulho e ao lado do restaurador Alex Neroullas, ele recuperaram um mural emblemático que Keith pintou no chão de uma cabana, resgatando não só a obra, mas também a energia desse momento. No processo, o espectador é transportado para o universo de Keith e sua conexão visceral com Serra Grande.