Como é trabalhar com as Olsen na The Row?
Sussurros, demissões por e-mail, gestos que precisam ser reinterpretados pelo time de estilo e política anti-confronto.
Como é trabalhar com as Olsen na The Row?
Sussurros, demissões por e-mail, gestos que precisam ser reinterpretados pelo time de estilo e política anti-confronto.
A The Row, das irmãs Mary-Kate e Ashley Olsen, é cercada por uma aura de poder, mistério e deslumbre, algo que soa até um pouco irônico ao lembrarmos que as fundadoras já estavam no showbusiness com 9 meses de vida – millennials irão se lembrar da versão original da série Full House, puro suco dos anos 1990.
O tino pros negócios foi conquistado precocemente: o primeiro deles já na transição da skin de atrizes pop para diretoras criativas foi com a rede Walmart – o que hoje deve ser visto por elas com certo constrangimento, mas na época rendeu módicos 700 milhões de dólares.
No meio dos anos 2000 os sorrisos largos e as roupas repletas de brilhos e borboletas foram sumindo para darem espaço a um closet ultra grifado e aparições em eventos de moda que iam do Baile do MET a primeira fila da Chanel – como se esquecer delas com os máxi óculos e o semblante já de poucos amigos?
Ao longo das últimas duas décadas elas se metamorfosearam como sinônimos de elegância e mistério, com aparições raras, quase sempre nas saídas do ateliê para fumar. Porém, essa aura distante e inacessível começou a trincar: o tablóide US Weekly conversou com alguns ex-funcionários que revelaram como é trabalhar com Mary-Kate e Ashley Olsen.
Como tudo começou
Em 2004, eles se mudaram para Nova York para estudar na Gallatin School of Individualized Study da NYU, onde Ashley se concentrou em gestão de negócios e Mary-Kate seguiu numa disciplina criativa. Eles se tornaram presença constante na cena fashionista de Nova York.
“Mary-Kate e Ashley orbitavam em torno dos gays da moda do centro da cidade”, diz uma fonte da moda que andava com elas no início dos anos 2000. “Mary-Kate era como uma moradora de rua excêntrica fumando Marlboro com todos os gays, se divertindo na beira da piscina do Beatrice Inn e do Jane Hotel. Enquanto Ashley era muito mais contida e sensata, mas adorava a moda e ficava intrigada com a gente”.
A vingança da fama? A anti-fama!
Complexadas com toda a atenção da fama precoce, as gêmeas viram na moda um território seguro em que podiam assumir novas personas. Os hostess da cidade logo repararam que elas pediam com certa frequência para não estarem próximas de Lindsay Lohan, Nicole Richie ou Paris Hilton, quando estavam num mesmo evento.
Novos amigos
Logo trocaram as amizades do showbusiness para nomes mais discretos, “de preferência herdeiros europeus com quem discutiam com muita propriedade sobre artes plásticas, não só do passado, como contemporânea”. Logo as noitadas em NY passaram para longos finais de semana nos Hamptons e períodos na Europa, nas residências dos novos amigos.
Fashion is my passion
A The Row, que surgiu há duas décadas de uma coleção-cápsula de apenas 7 peças, lucra atualmente em torno de 300 milhões de dólares por ano. Como era de se esperar, ambas não desenham: “não tocam em um lápis”, como alfinetou um ex-membro da equipe. Mary-Kate foca na criatividade, enquanto Ashley se envolve com as operações e finanças.
Mímica fashion
Outra curiosidade é que as irmãs falam tão baixo, mas tão baixo, que parecem sussurrar. “Era um verdadeiro pesadelo, pois você precisava prestar atenção não só no que sussurravam, mas nos gestos que faziam com as mãos, porque às vezes o movimento podia ser o formato que queriam para um bordado ou acabamento”.
Saída à francesa
Ashley, responsável pelo administrativo, é conhecida por dizer que gosta de “evitar conflitos e confrontos”. Isso ficou explícito quando demitiu boa parte da equipe por e-mail nas primeiras semanas da pandemia. E não retribuiu ligações.
Fotos são proibidas
Certa vez, após um estagiário tentar tirar foto das irmãs no showroom, todos os estagiários foram banidos do espaço – algo que permanece até hoje. Ashley também não gosta de opiniões divergentes e “pode se cansar rapidamente dos funcionários” – a rotatividade na empresa costuma ser alta.
Ela mantém mais equilíbrio entre vida profissional e pessoal do que Mary-Kate, que segundo outra fonte “ficaria completamente perdida sem o trabalho e cavalgar [seu grande hobby]”.