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    Conheça o trabalho de Marcus Deusdedit

    Entrevistamos o artista mineiro, que questiona o elitismo do mobiliário com humor e ironia, e ganha sua primeira individual, em SP

    Conheça o trabalho de Marcus Deusdedit

    Entrevistamos o artista mineiro, que questiona o elitismo do mobiliário com humor e ironia, e ganha sua primeira individual, em SP

    POR Vinicius Alencar
    Na individual de Marcus Deusdedit, que abre as portas no dia 30 de agosto, 13 obras foram escolhidas propositalmente para criarem uma narrativa e sentimentoincômodo e não pertencimento. Dolho mágico que mostra ao espectador pessoas negras esperando para entrarem à Voyeur, estofado com estampa digital repousado sobre a Rio Lounge Chair de Niemeyer, nascem questionamentos e provocações.
     

    Aos 26 anos, Marcus é um nome a se prestar atenção por sua inteligência em criar conexões e histórias, que questionam, cutucam e transformam com uma dose de humor e outra de ironia, o título “Imagina, fica à vontade, a casa é sua” que nomeia a exposição já entrega o seu modus operandi.

    Quem quiser conhecer seu trabalho de perto, vale visitar a Diletante, no bairro da Barra Funda, em São Paulo. A iniciativa dá start a um novo momento do espaço comandado por Flavio Santoro e acontece paralelamente ao evento Rotas Brasileiras, organizado pela SP-Arte, que busca fomentar nomes criativos nacionais. A seguir, parte do papo que tivemos com Marcus.

    VA: Quando começou a atuar como artista e quando teve o estalo de não seguir na sua graduação, mas transformá-la em um objeto de estudo?

    MD: Tenho atuado como artista visual faz pouco mais de 2 anos. Na verdade, concluí minha graduação e minha pesquisa de pós-graduação, apesar de uma perspectiva transdisciplinar, ainda está vinculada à  arquitetura, onde atuo já há alguns anos. Nesse sentido, não só a graduação, mas também minha experiência enquanto arquiteto me trouxerem diversos estalos, todos atrevessados pela incompatibilidade de minha experiência enquanto sujeito negro e periférico e periférico em desencontro com o arquétipo do arquiteto branco e seus consumos culturais. Seja como artista visual ou como arquiteto, o pensamento sobre minha própria prática e a estruturação dos campos disciplinares em que atuo sempre foi algo presente por acreditar que isso é um grande destintor de acessos em áreas intelectuais – a diferenciação entre corpos que são  desejados nestes campos enquanto trabalhadores braçais ou técnicos e corpos que tem a possibilidade de refletir sobre sua prática e moldar a linguagem dos campos em que atuam.

    VA: Pertencimento e incômodo são onipresentes em seu trabalho e você retrata isso de uma forma irônica e com humor com uma rebeldia – que é mais sutil do que agressiva. Isso reflete um pouco da sua personalidade e forma ver a vida?

    MD: De fato, não o pertencimento, mas principalmente o não-pertencimento e o incômodo estão muito presentes no meu trabalho. Incômodo engatilhado por formas refinadas de violência caracterizadas muitas vezes por um gesto sutil, um pequeno desconforto, um constrangimento quase imperceptível. A ironia e o humor são ferramentas que permitem exercitar formas de elaborar e desenvolver essa violência sem precisar descer no salto, ou de um 12 mola.

    VA: Como explica o seu trabalho para quem o está conhecendo agora e visitará sua individual na Diletante?

    MD: Espero chegar em um nível de excelência que permita meu trabalho existir sem explicações, apesar da complexidade e da inacessibilidade das discussões que o movem. Talvez esse seja o problema do aprofundamento das discussões envolvendo arquitetura, design e artes visuais, principalmente na academia. Sei que um trabalho chegou onde eu quero quando é melhor absorvido e elaborado por meus semelhantes do que por uma pseudo intelectualidade branca. Acredito que para quem já se sentiu constrangido em se sentar em uma cadeira ou adentrar uma casa “chique”, meu trabalho não precisa de explicação. Não tem como explicar meu trabalho para quem não compartilha essa experiência, e essa é sempre a meta.

     

     

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