Creepers: Da segunda guerra mundial à subcultura Teddy Boys
Conheça o modelo mais amado pela Rihanna e o favorito de movimentos de punk e rock nos anos 1970.
Creepers: Da segunda guerra mundial à subcultura Teddy Boys
Conheça o modelo mais amado pela Rihanna e o favorito de movimentos de punk e rock nos anos 1970.
Originados durante a Segunda Guerra Mundial, os populares Brothel Creepers foram usados pela primeira vez por soldados britânicos que andavam por territórios arenosos e de extremo calor. No entanto, o calçado chegou ao mercado popular nos anos 1950, por meio de George Hamilton Cox, pioneiro do modelo, que comercializava os creepers sob o nome de ‘‘Hamilton’’ pela empresa de seu pai.
A subcultura britânica dos Teddy Boys
A partir disso, a conhecida subcultura da moda nomeada ‘‘Teddy Boys’’ torna-se uma grande ferramenta para a popularização do modelo internacionalmente. O movimento se difundiu entre os jovens britânicos marcando uma estética conhecida por readaptar o ‘‘romantismo eduardiano’’ período entre 1901 e 1910 no Reino Unido quando a região era comandada pelo rei Eduardo VII – época mais conhecida na moda e na arte como ‘‘Belle Époque’’. Nomeados também de ‘‘Teds’’, os adolescentes de classe trabalhadora fixados por jazz e rock, nasceram no período pós-guerra na Grã-Bretanha e ficaram responsáveis por serem a raiz de outras subculturas como rock e punk.
Na moda, os Teddy Boys eram conhecidos por usarem blazers de veludo, jaquetas drapeadas, gola alta, camisas de botão e gravatas estreitas, completando seus looks com Oxfords ou sapatos de couro com sola grossa, os então Brothel Creepers. Já nas manchetes da época, os trendsetters eram chamados de ‘‘juventude selvagem’’, grupos temidos pela polícia britânica e lembrados por não apenas usarem os creepers como estilo, mas como arma contra o governo, guardando lâminas afiadas nas solas grossas do calçado.
Por trás da história
De origem desconhecida, o nome atual dos calçados (Brothel Creepers) foi supostamente originado dos soldados que frequentavam boates londrinas, mas fontes também responsabilizam os Teds pela criação – pois eram chamados de muitos por ‘‘creepers’’, após o lançamento da canção ‘‘The Creep’’ de Ken Mackintosh em 1953.
Assim, com o fim dos Teds, os creepers também deixaram de ser consumidos pelo gosto popular. No entanto, dois períodos marcam o seu comeback para os pés dos jovens ao redor do mundo: anos 1970 e anos 2010. Durante os anos 1970, os calçados voltaram para compor os looks dos jovens punks que amavam o visual robusto. Na época, Vivienne Westwood e Malcolm McLaren tinham acabado de abrir a infame loja ‘Let It Rock’ (que acabou virando apenas ‘’Sex’’ em 1974) vendendo peças que misturavam o estilo dos Teddy Boys com a estética rocker da época. Já nos anos 2010, o calçado é abraçado pela estética grunge aparecendo em looks de celebridades como Rihanna, Jessie J e Rita Ora.
De 2010 a 2020
Nos últimos anos, o calçado reapareceu pontualmente em diversos desfiles e campanhas, dentre eles: o lançamento hit do verão 2013 da Chanel que teve todo o seu estoque esgotado, a coleção de inverno 2015 de Alexander Wang dedicada inteiramente ao modelo – com destaque para releitura ‘‘creeper boots’’ -, o pré-inverno 2021 retrô da Marni e outros momentos que vão desde a intrigante collab entre a Adidas e o designer de calçados Kazuki Kuraishi com seu ‘‘creeper sneaker’’ até a mais recente aparição dos creepers em uma releitura feita por Sabato de Sarno, no início deste ano, para a linha masculina de inverno 2024 da Gucci.
Para os que não acreditavam que os anos 2020 poderiam trazer de volta o modelo, em novembro do ano passado foi anunciado o lançamento do ‘‘Puma Creeper Phatty’’, a nova geração de creepers da collab entre a Puma e a Fenty. Rihanna sempre foi uma grande amante do calçado e anuncia o lançamento para os fãs OG de seu clássico creeper suede, modelo que desbancou o Yeezy Boost 350 de Kanye West em 2016 ganhando o prêmio de ‘‘Shoe of The Year’’. Sem dúvidas, um clássico pouco valorizado.