A Fila lança nesta quarta (30.08) no Brasil sua collab com o estilista colombiano Haider Ackermann, nome reconhecido por sua capacidade de unir sofisticação, ousadia e atemporalidade em sua marca homônima. A coleção tem peças e acessórios femininos e masculinos e será lançada com um evento na multimarcas Cartel 011, em São Paulo.

Um dos designers preferidos de celebridades como Timothée Chalamet e Andrew Garfield, Haider pode não ser o primeiro nome que nos vem à mente quando pensamos em uma collab com uma marca esportiva e, talvez por isso, faça tanto sentido. Especialmente quando olhamos para os looks e notamos a liberdade com a qual ele escolheu as cores, formas e tecidos, criando um resultado bem diferente do que vemos tanto em sua grife quanto na própria Fila. “Sempre admirei a criatividade de Haider Ackermann. Dar a ele a possibilidade de mergulhar em nossos arquivos abriu um cenário criativo inédito”, diz Gene Yoon, presidente global da Fila.

A Fila foi criada na Itália em 1911 como uma empresa de underwear. Foi só na década de 1970 que ela lançou sua linha esportiva com uma super jogada de marketing: patrocinando o ícone de tênis da época, o sueco Bjorn Borg. As vendas explodiram e as roupas e calçados usados por Bjorn viraram itens instantâneos de desejo.

Ackermann olhou justamente para este momento na hora de criar a coleção. “Eu estava olhando para Björn Borg, um ícone esportivo que manteve uma associação próxima com a Fila durante sua época de ouro e vi que havia uma nobreza em todos os seus gestos e na maneira como ele se vestia. Havia uma elegância que é realmente rara de encontrar nos dias de hoje. Isso realmente me intrigou, sobre como podemos encontrar esse tipo de nobreza”, contou o estilista em uma entrevista com o FFW.

Leia abaixo mais trechos da entrevista e conheça a coleção nas fotos abaixo:

Como você sente que sua marca se conecta com a Fila?

A Fila é minha juventude. Quando éramos jovens, todos nós usávamos Fila. Lembro de ver a marca no filme de Wes Anderson, Os Excêntricos Tenenbaums. Era algo bem sofisticado naquela época, mas agora é mais uma tendência suburbana, que a garotada está usando. Acredito que a razão pela qual eles me escolheram foi para recolocá-los no mapa da moda e restabelecer sua credibilidade na indústria.

Você ficou surpresa ao receber esse convite?

Quando recebi o convite, fiquei em silêncio por um tempo, até um pouco pensativo. Mas uma das principais razões pelas quais aceitei esse convite foi para recuperar um pouco daquela eletricidade, pra poder sentir a energia novamente.

Sendo uma coleção mais esportiva, você sentiu que trabalhou com mais liberdade do que quando cria para sua própria marca?

Sempre me preocupei com o conforto e a facilidade do uso, embora nunca tenha sido particularmente esportivo. Sempre combinei roupas esportivas com peças mais formais; esse tem sido um jogo com o qual venho brincando e flertando em meu trabalho há muito tempo.

Mas tenho meu próprio ritmo, minha própria visão e minha própria escolha de tecidos, e acredito que a Fila entrou em contato comigo não para repetir o que já estava acontecendo, mas para criarmos algo novo juntos.

É libertador para um designer trabalhar em outros projetos? De certa forma, às vezes você se sente limitado pelos valores e estética de sua própria marca?

A coisa boa das collabs, em geral, é que você explora ideias que estão fora da sua zona de conforto, o que cria uma certa magia. Então, mesmo que eu me sinta restrito pela estética da minha marca, porque esta é uma colaboração, posso pensar de maneira diferente do que faria se estivesse fazendo algo para minha própria grife.

Como você navega pelo processo criativo e encontra um equilíbrio entre sua visão artística e a identidade da marca ao trabalhar em projetos colaborativos com outras empresas?

Especificamente nessa colaboração com a Fila, foi uma experiência incrível. Eu estava olhando para Björn Borg, um ícone esportivo, mas também um ícone de moda que manteve uma associação próxima com a Fila durante sua época de ouro nos anos 70. Havia uma nobreza em todos os seus gestos e na maneira como ele se vestia. Havia uma elegância que é realmente rara de encontrar nos dias de hoje. Isso realmente me intrigou, sobre como podemos encontrar esse tipo de nobreza. Pode parecer muito arrogante usar a palavra nobre, mas há uma nobreza que eu sempre estava tentando alcançar em minhas coleções pessoais.

Qual tem sido o feedback de seus amigos e parceiros que usam Haider Ackermann? O que eles gostaram mais?

No lançamento da coleção em Manchester, tivemos alguns amigos presentes. Andrew Garfield, Chloe Grace Moretz, Manu Rios, Krystal Jung, Mahmood, Emma D’Arcy. Apesar de seus compromissos, eles encontraram um espaço em sua agenda para prestigiar essa coleção. Os feedbacks foram ótimos, os elogios que mais ouvi foram sobre o uso das cores nos produtos e o uso de spandex e jersey stretch, abrangendo desde verdes neon nítidos até azul royal.