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    Kantupac: a marca de streetwear que surgiu da música fala do orgulho indígena

    Valorizando o artesanato milenar, Bryan e Abi querem levar a cultura ancestral originária para a nova geração

    Kantupac: a marca de streetwear que surgiu da música fala do orgulho indígena

    Valorizando o artesanato milenar, Bryan e Abi querem levar a cultura ancestral originária para a nova geração

    POR Gabriel Fusari

    Quando se fala sobre a cultura imigrante no Brasil, pouco se olha para a cultura dos nossos hermanos, em especial, a Bolívia. País considerado o mais indígena dos países, hoje seus cidadãos preenchem a maior comunidade de imigrantes na cidade de São Paulo. De acordo com dados de 2019 da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania (SMDHC), mais de 75 mil bolivianos moram na capital paulista, se concentrando nas regiões de Brás, Bom Retiro e Pari. Nesse contexto social, surgiu Kantupac La Marka, marca de streetwear que reflete a essência do street style banhado na ancestralidade milenar. Criada por Bryan De Lapaz e Abi Llanque, a marca nasceu como um festival de hip hop que levava o mesmo nome, como forma de gerar conexão entre a comunidade abya yala em São Paulo e agora continuam a fazer isso por meio da moda. 

    Bryan Delapaz vestindo sua criação. Foto: Cortesia

    Foto: Cortesia

    “O Kantupac surgiu em 2015 como um evento de música que acontecia na praça Kantuta. O nome significa uma flor que resiste ao clima pesado dos andes, que leva as cores da bandeira da bolívia, que são o vermelho, amarelo e verde, que também faz parte de nossa paleta de cores”, explica Bryan, que complementa que assim como o nome da praça, o nome de Tupac Amaru II e Tupac Shakur foram inspirações para o nome, como forma de evocar a cultura tradicional e musical.  Em 2016, um ano após o evento acabar, o casal se juntou para lançar suas ideias como uma marca de roupa, porque não se sentiam representados pelo estilo de roupa da cena.

    “A cultura hip hop envolve todo um estilo de vida combinado com a moda. Eu sempre gostei das roupas desse universo, mas tudo que tinha era muito americanizado e eu não me identificava com a mensagem”, recorda o designer e rapper. Ele, que aprendeu a costurar com o pai artesão, se juntou com a esposa modelista para confeccionar acessórios, até que em 2019 o negócio ganhou força e eles puderam aumentar mais a variedade de produtos.  Para pronta entrega, a marca dispõe de pulseiras feitas no aguayo, o tecido com padronagem colorida feito de tear manual tradicional nas culturas andinas, visto em toda peça da dupla.

    Abi Llanque, vestindo sua criação | Foto: Cortesia

    Foto: Cortesia

    Por ser uma matéria prima comprada da Bolívia, o aguayo, que é o símbolo principal das culturas andinas, que faz com que a produção das roupas seja limitada e sob encomenda, enquanto itens mais simples como chapéus, bonés, máscaras e pescoceiras são vendidos pela internet com pronta entrega. Mas o que é o carro chefe mesmo são as peças por encomenda, como moletons e jaquetas. “A gente prefere fazer peças sob encomenda porque elas acabam sendo únicas. O corte, costura e estampa com aguayo fazemos de acordo como o cliente quer”, explica Bryan.

    Bolsas são as peças que mais se popularizaram entre a comunidade boliviana em São Paulo. Tanto é que elas disputam espaço nas fotos de divulgação com os bonés de aba reta, outro favorito dos clientes da marca. “Uma roupa não é só uma peça para cobrir o corpo. Ela também serve para você levar uma mensagem de luta e identidade. O aguayo é milenar e único, faz parte de nossa tradição”, diz Bryan. O tecido varia o tom de cor, sempre gerando uma estampa original, que pode ser customizada pelos estilistas.  

    Camisetas estampadas também fazem parte do catálogo da marca. “Tiro os moldes e finalizo enquanto o Bryan cuida das criações de artes e divulgação, mas nós dois criamos e costuramos juntos”, comenta Abi.

    Foto: Cortesia

    Abi e Bryan contam que o propósito da Kantupac é levar orgulho, cultura e ancestralidade para os imigrantes bolivianos e seus filhos, principalmente indígenas. Abi comenta que até pouco tempo não se reconhecia como indígena e que isso é muito comum entre a comunidade. “Tive muita experiência de pessoas mais velhas com vergonha de sua origem e isso acontecia comigo também, foi no processo de produção que pude entender minhas raízes e me manifestar elas pela música e pela moda”, contextualiza. O objetivo de  levar a cultura ancestral originária para a nova geração, mas sem deixar o zeitgeist de lado, é um dos legados que a marca vai construindo entre a população aimara paulistana. 

    Saiba mais da marca no Instagram.

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