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    arquivo FFW: “Não há fórmula mágica para a inovação” diz Karl Lagerfeld em entrevista exclusiva 

    Em entrevista publicada na FFWMAG, o estilista da Chanel fala sobre a criação de uma coleção de alta-costura.

    arquivo FFW: “Não há fórmula mágica para a inovação” diz Karl Lagerfeld em entrevista exclusiva 

    Em entrevista publicada na FFWMAG, o estilista da Chanel fala sobre a criação de uma coleção de alta-costura.

    POR Augusto Mariotti

    A entrevista foi originalmente publicada em 2008 na FFWMAG edição 14. Leia abaixo nossa conversa com Karl Lagerfeld, o lendário estilista que faleceu aos 85 anos, em Paris.

    Por Fabienne Musy

    Karl Lagerfeld nos recebeu para a entrevista logo após a apresentação do desfile de Alta- Costura de Inverno 2009 que aconteceu nos salões da Maison Chanel, numa manhã gelada de janeiro em Paris. O alemão, que está no comando da direção artistica da Maison Chanel desde 1983, nos explica as etapas de criação e elaboração da coleção que acabamos de assistir.

    Como é o seu processo criativo que precede a produção das coleções?

    KL: Não há fórmula mágica para a inovação. E também o acaso das descobertas e circunstâncias que ajudam. Nós não podemos premeditar. Tudo pode escapar do controle sem se perceber.

    Como você acompanha a elaboração de cada peça?

    KL: Isso vem como um insight. Geralmente preciso passar por uma série de desenhos preliminares. Às vezes, parto de uma ideia bem objetiva que aprimoro ao longo das provas da roupa. Sou muito visual. Vejo primeiramente o conceito gráfico, a linha das coisas. Na sequência, uma coordenação intuitiva deve acontecer para que a peça faça sentido

    Entre os croquis e a aprovação de cada modelo, em que momento se decide a escolha dos tecidos e dos detalhes?

    KL: A escolha dos tecidos é feita bem antecipadamente, devido à fabricação. Assim que o croqui está pronto, o ateliê começa a fabricar as telas que serão apresentadas para o estúdio. Com as telas aprovadas, os tecidos selecionados meses atrás são atribuídos a cada modelo. Os processos de prova de roupa e de modificação se materializam. Então, aplicamos botões, galões e outros detalhes na medida em que as provas de roupa evoluem. Quando constatamos que está tudo perfeito, o modelo é apresentado dentro da coleção. 

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    Com quanto tempo de antecedência você começa a desenvolver uma coleção?

    KL: Apresento os primeiros croquis aproximadamente um mês e meio antes da coleção (ser desfilada). Esses croquis são sempre aqueles que não foram para o lixo. Porém, não estou preso ao instinto. Tenho uma equipe de colaboradores com os quais me permito essas trocas. Não podemos forçar a criatividade. Quando um croqui não é espontaneamente um sucesso, mudo para algo completamente diferente. Nunca fico horas olhando para uma folha em branco. As últimas coleções da Chanel foram o resultado de uma visão relâmpago. Uma visão que tive numa manhã quando estava ainda sonolento. 

    No momento das provas de roupa e muito frequente ter uma alteração nos looks criados?

    KL: Às vezes, tenho uma visão, um flash. Então, é preciso mudar tudo. Incluir uma crinolina, encurtar um tailleur, costurar um galão… Mas as equipes de artesãos e de costureiras estão acostumadas. Sem elas, eu não poderia fazer coleção nenhuma. Sem elas não há possibilidade de alta-costura. Elas são indispensáveis na execução deste trabalho.

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    É você quem escolhe os profissionais que têm acesso às etapas de produção dos vestidos?

    KL: Eu crio as coleções. Para todo o resto, eu confio na equipe que me cerca. Em particular, a Virginie Viard, diretora do estúdio de criação, meu braço direito e esquerdo! Nossa relação é baseada numa amizade e afeição reais. 

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    Você já recusou algum modelo que, depois de ter sido apresentado, não estava de acordo com o que você pediu?

    KL: As pessoas com quem trabalho sabem como interpretar meus croquis. Um modelo nunca está em desacordo com o que eu solicitei. Às vezes, no momento da prova de roupa, eu é que mudo de ideia, acrescento novas sugestões. Então, mudamos e recomeçamos. A alta costura é assim. 

    É comum a mesma peça ser feita muitas vezes antes de ser aprovada?

    KL: É muito frequente. Sempre existe a dinâmica de criação entre o estúdio  e o know-how dos artesãos e dos ateliês que trabalham com as minhas coleções. Na medida em que a silhueta evolui, os bordados, os detalhes, os refinamentos, as flores, tudo ganha uma nova dimensão.

    O design dos acessórios vistos nos desfiles estão ligados ao processo de criação da coleção?

    KL: Claro. Eles surgem da mesma intuição. Uma coleção é composta de tudo que a cerca: as roupas, os acessórios, o ambiente, a música, as modelos….

     

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