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    Pedro Ávila insere frescor ao mobiliário nacional

    Indo além da forma e engenhosidade, o designer cria peças que flertam com diferentes décadas e estéticas

    Pedro Ávila insere frescor ao mobiliário nacional

    Indo além da forma e engenhosidade, o designer cria peças que flertam com diferentes décadas e estéticas

    POR Vinicius Alencar

    A primeira interação que tive com Pedro Ávila ironicamente foi em sua própria casa, na época para uma outra matéria por volta de 2016, 2017. Ali já observei sua relação com o design e mobiliário – e, apesar de estar ainda em um estado bem embrionário, já exibia o interesse bem explícito que se transformaria em ofício.

    Em tempos de expressões como cartoonification ou puffification, o trabalho de Pedro parece dialogar e ilustrar perfeitamente esse zeitgeist – a mesa de centro Veras e a poltrona Colo, são ótimos exemplos. Mas mais do que estar conectado com tendências ou se atentar a engenhosidade do design e suas possibilidades, há um cuidado com a matéria prima, que vai da madeira maciça ao mármore, passando por experimentações em resina. Um fio condutor que reúne passado e futuro com olhos no presente. Na sequência você confere o papo que tivemos com o designer, onde ele revela desde suas inspirações, trajetória e parte de seu processo criativo.

    O designer Pedro Ávila (Foto: Divulgação/Hick Duarte)

    Você se formou em design ou arquitetura… ou foi algo que surgiu na sua vida?
    Me formei em design industrial aqui em São Paulo. Vim de Brasília com 18 anos para São Paulo com este intuito porque, na época, não havia faculdades de design em Brasília, exceto na UNB. Essa mudança de cidade foi essencial na minha trajetória porque tive a oportunidade de viver mais de perto a realidade do design e da indústria no Brasil.

    Como define o seu trabalho, sua estética, seu universo criativo? 

    Acredito que o meu trabalho de design tem um caráter bem escultórico. A maioria das minhas ideias acabam vindo do universo das artes plásticas e mais especificamente da assemblagem. A minha estética tem vivido fases bem marcadas. Nos primeiros trabalhos que fazia com o Estúdio Orth, haviam muitas peças ligadas aos códigos estéticos do misticismo como cristais, figas, altares, velas, etc. Posteriormente, nas minhas duas primeiras coleções que fiz solo (“Cavas”e Pi “π”) me baseei mais nas curvas do corpo humano revisitadas e uma forma mais abstrata. Sinto que agora estou cada vez mais inspirado por fenômenos naturais como trovões e vulcões. Gosto muito de explorar o universo das ciências e pseudociências de uma forma poética.

     

    Quais os materiais que costuma e/ou mais gosta de usar?
    Gosto muito de usar materiais maciços. Trabalho como troncos de árvores, blocos de mármore, metal fundido e resina. Isso muitas vezes até se torna um problema para mim porque as peças acabam sendo bem pesadas e sempre acabo prejudicando a minha coluna em algum momento. Já tentei fazer peças mais leves mas, para mim, a solidez da peça é primordial. Não por acaso, esses materiais são justamente os materiais pertinentes ao território da escultura. Acho que essas peças têm um potencial maior de longevidade, de forma que se tornem as antiguidades do futuro.

    Mesa Veras (Foto: Victoria Yamagata)

    Sei que esse novo capítulo é algo recente mas… Quais os próximos passos?
    Meu plano agora é trabalhar o meu produto no exterior do Brasil e, em paralelo, abrir uma frente de trabalho com um caráter menos utilitário e mais ligado à arte contemporânea. Vou lançar no fim de abril mais uma nova série que será mostrada pela primeira vez na reabertura do Instituto IADE, que era uma escola de arte e design fundada em 1959 e foi fechada durante a ditadura. Desta forma, gostaria que meu trabalho fosse cada vez mais considerado como arte e menos como design.

    Onde as peças podem ser encontradas? Você é representado pela AAlvo, como funciona isso? Ou é algo pontual para essa exposição? 
    Hoje ainda não tenho um espaço onde seja possível visitar todas as minhas peças. Como designer independente recebo algumas pessoas no meu próprio ateliê e tenho estes últimos lançamentos disponíveis na exposição. A Aalvo faz a minha representação voltada para o comércio exterior e tem me dado um apoio na construção do trabalho como um todo.

    Se tivesse que definir em uma palavra suas peças, qual seria? 
    Esculturais.

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