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    Por trás do figurino de Priscilla, o novo filme de Sofia Coppola

    O longa-metragem que conta com Priscilla Presley como produtora executiva entrega mais uma obra cinematográfica de Coppola para a moda, a beleza e a arte no audiovisual.

    Por trás do figurino de Priscilla, o novo filme de Sofia Coppola

    O longa-metragem que conta com Priscilla Presley como produtora executiva entrega mais uma obra cinematográfica de Coppola para a moda, a beleza e a arte no audiovisual.

    POR Laura Budin

    Quando citamos Sofia Coppola no cinema, sabemos que os figurinos são tão importantes para os arcos dos personagens quanto os próprios diálogos citados no filme – em Priscilla isso não foi diferente. O universo de Coppola consegue ser aconchegante para a figura feminina, principalmente quando falamos da volta da exaltação girlhood em redes sociais como o Tik Tok. Baseado no livro de memórias ‘‘Elvis and Me’’ de Priscilla Presley lançado em 1985, ‘‘Priscilla’’ teve sua estreia no Festival de Cinema de Veneza em setembro deste ano. A produção é mais uma das obras cinematográficas da grande diretora Sofia Coppola, dona de nomes clássicos do cinema como Encontros e Desencontros (2003), Maria Antonieta (2006) e As Virgens Suicidas (1999).

    O filme conta a história de Priscilla Presley, ex-esposa de Elvis Presley, desde o momento em que conheceu o artista com apenas quatorze anos até o fim de seu relacionamento público com o cantor após seis anos de casamento. O longa, antagônico ao filme Elvis (2022) de Baz Luhrmann com Austin Butler, parte da visão de Priscilla e seu relacionamento problemático com o conhecido astro do rock dos anos 1950/1960. No elenco principal, temos a atriz Cailee Spaeny interpretando Priscilla Presley (Círculo de Fogo e Jovens Bruxas) e Jacob Elordi (Euphoria e Saltburn) como Elvis.

    Dentre os destaques da produção temos a presença de Stacey Battat, figurinista e parceira de longa data de Coppola que já trabalhou com a diretora em filmes como ‘‘Bling Ring’’ (2013) e ‘‘O Estranho que Nós Amamos’’ (2017). Em entrevista à People, em novembro, Coppola explicou: “Os figurinos são muito importantes para mostrar a personagem e sua transformação de adolescente para mulher adulta. Stacey Battat, nossa figurinista, fez um trabalho incrível e realmente mostrou o que ela estava passando emocionalmente. Queríamos contrastar o quão jovem e inocente ela era no início, indo para Graceland e se tornando seu ideal e, finalmente, encontrando a si mesma.”

    Sofia Coppola e Stacey Battat na prova de figurino de Cailee Spaeny

    Os figurinos dentro do universo Coppola desenvolvem um papel crucial dentro da criação de cenários, atmosferas e desenvolvimento da história dos personagens. Battat, em entrevista para InStyle, explica: “É uma atividade de três pessoas: o ator, eu e Sofia”. Dessa forma a figurinista inicia seu trabalho no filme pesquisando o máximo de referências sobre a vida dos Presley e os anos 1960: “Começamos com a pesquisa porque ela se baseia na história, mas, ao mesmo tempo, trata-se de suas vidas privadas e de momentos que nunca foram públicos. Então, como interpretamos essas coisas que vimos através de fotos públicas em momentos privados?’’.

    Assim, um dos grandes desafios da figurinista foi retratar Elvis fora de seu posto de astro do rock, afinal, falar sobre Priscilla era contar a história do relacionamento dos dois de forma íntima e sensível: “Acho que havia algo que era realmente importante para mim: que ele parecia humano para ela, que não era uma figura icônica na casa deles”.

    Inicialmente, Priscilla aparece no filme com saias e vestidos rodados, sapatos baixos e suéteres: “Ela realmente parece uma criança”, comenta Battat. O que não deixa de ser factual, já que o relacionamento entre Elvis e Priscilla iniciou com ela tendo apenas 14 anos. No entanto, com o passar dos anos – e das cenas – Priscilla começa a amadurecer e se vestir da forma que Elvis a propunha, ou seja, os cabelos são tingidos de preto, as saias ficam mais justas e as sandálias mais altas: “Elvis está vestindo ela. Na verdade, as saias ainda têm um pouco de volume no início, mas depois, à medida que avançam, têm menos”, explica Battat.

    Durante essa trajetória, a figurinista mantém tokens de Priscilla em seu figurino que marcaram essa transição da personagem. Exemplos disso, ficam para o medalhão em formato de coração com cordão de veludo, onde ela carregava a foto do pai e os populares saltos brancos dos anos 1960 produzidos por Fabrizio Viti especialmente para a produção de Coppola. “Eu tinha visto todas essas Vogues e Bazares e tudo mais daquela época e, no início dos anos 60, o sapato branco era uma coisa. Todo mundo usava um sapato branco’’, diz Battat ao comentar sobre a escolha dos sapatos.

    Priscilla (Cailee Spaney) e Elvis (Jacob Elordi) se casando.

    Em seu trabalho em Priscilla, Battat foi também responsável por um dos mais icônicos e memoráveis looks de Priscilla Presley: o vestido de casamento usado na cerimônia de primeiro de maio de 1962. Não tão óbvia, a figurinista decide criar uma réplica do vestido, ao invés de usar o original. Sua única referência de criação foram as fotos da cerimônia combinadas a referências de coleções mais antigas de Virginie Viard pela Chanel. E assim como feito no vestido, a figurinista convida Valentino para recriar o luxuoso e popular smoking de Elvis do final dos anos 60: “Valentino concordou em fazer aquele terno, e Chanel fez o vestido de noiva, e foi um casamento lindo”. Comentando sobre a escolha de não utilizar os figurinos verdadeiros, Battat finaliza: “Talvez eles estivessem em algumas caixas de arquivo em Graceland, não sei, mas sim, nunca vi o vestido verdadeiro’’.

    Por fim, quando Elvis já não faz tanta parte do arco principal da vida de Priscilla, a personagem é vista com um novo ar: estampas ousadas, tecidos mais leves, um corte de cabelo mais simples, assim, como também, o cabelo liso. Nessa parte do filme, dois looks se destacam: o vestido estampado verde desenhado por Anna Sui, utilizado na volta de Priscilla para Los Angeles – Elvis odiava estampas – e o vestido longo folheado a ouro, que marca o fim do casamento entre Priscilla e Elvis.

    Um dos looks mais marcantes desse momento também é o suéter lilás e conjunto azul vistos nos retratos de família de Elvis com Priscilla. Para a formulação desse figurino, Battat convida B&K Enterprises – responsável pela recriação dos macacões icônicos de Elvis para o filme – para também replicar as roupas desse momento. A empresa utiliza os padrões originais desenhados pelo lendário figurinista Bill Belew, que criou os looks de Elvis para seu especial na TV de 1968. Em entrevista para a Entertainment, Battat comenta: “Cada vez que Jacob usava um desses figurinos, todos ficavam impressionados. Eles diziam, ‘Oh meu Deus, Elvis está na sala’”.

    O figurino de Priscilla é mais uma prova de que a moda é tão essencial para um longa-metragem, quanto a escolha do elenco, do roteiro, da trilha sonora e do cenário. E falar de Coppola, é perceber que ninguém entende isso mais que a própria diretora. Priscilla é mais uma obra da cineasta que sempre será lembrada por entregar ao cinema mundial peças icônicas e brilhantes. E assim como Maria Antonieta e seus Converse All Star ou Bling Ring e sua representação clássica nos anos 2010, Priscilla marca a união de Coppola e Battat no universo de girlhood dos anos 1960.

    No Brasil, Priscilla estará nos cinemas brasileiros a partir do dia 26 de dezembro. Para assistir o trailer da produção, clique no link a seguir:

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