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    Praia de Sherida

    Inspirado na cultura litorânea de Fortaleza, Sherida Livas faz verão o ano todo com suas roupas fluidas e coloridas. 

    Praia de Sherida

    Inspirado na cultura litorânea de Fortaleza, Sherida Livas faz verão o ano todo com suas roupas fluidas e coloridas. 

    POR Gabriel Fusari

    Quando Sherida Livas, 30 anos, apresentou sua última coleção na Casa de Criadores, em julho do ano passado, combinamos de celebrar a noite no Mamãe Bar, na Barra Funda. Naquela época, a rua do bar parecia uma feira: uma multidão de pessoas de pé, bebendo e comendo churrasquinho. Para achar alguém ali, era preciso paciência. Ainda assim, encontrá-la no meio da agitação não foi difícil. Apesar de ser baixinha, seu cabelo loiro e ondulado flutuava no ar, refletindo as luzes do lugar. Mesmo no frio paulistano, Sherida carregava uma energia que parecia saída de sua coleção Praia de Artista, apresentada horas antes.

    “Caiçara, no Nordeste, é uma mulher conectada à praia, que anda descalça e tem o cabelo ao vento. É tipo uma sereia.”, explicou, enquanto eu a parabenizava pela coleção. Desde o início da marca, há três anos, seu trabalho reflete uma sensibilidade leve e feminina, atravessada por um olhar que mistura o vanguardismo com as raízes nordestinas. Sherida divide seu tempo entre Fortaleza e São Paulo, produzindo localmente com artesãos cearenses e traduzindo o imaginário do litoral em peças de roupa. “Minha carreira começou no momento em que percebi que queria produzir roupas. Por mais que meus pais fossem da área, eles esperavam que eu seguisse outro caminho”, relembra, referindo-se à infância passada entre o fluxo de costureiras da facção da família. Foi nesse cenário que começou a desejar largar a faculdade de recursos renováveis para seguir a moda.

    E foi exatamente o que fez. Sherida deixou o curso de engenharia de petróleo para mergulhar no design de moda. “Mesmo tendo o exemplo de casa, achei importante buscar formação acadêmica para construir uma bagagem sólida. E fui além: fiz cursos paralelos, participei de concursos e trabalhei muito para adquirir experiência.” Uma de suas passagens foi ao lado do designer Weider Silveiro, a quem considera um padrinho em sua carreira, e com Walério Araújo, com quem colaborou em um desfile criando estampas.

    A virada de chave veio em seu debut no Festival Dragão Fashion, uma das semanas de moda mais importantes do Brasil, onde seu trabalho ganhou visibilidade. De lá, Sherida passou pelo Brasil Eco Fashion Week e se conectou ao Fashion Revolution Brasil, construindo sua marca de forma orgânica. “Tudo começou de maneira muito natural, como um trabalho de formiguinha, deixando-me inspirar por pessoas, lugares, fotografias e histórias”, recorda.

    Depois de muitas idas e vindas, Sherida se estabeleceu definitivamente em São Paulo em 2024, buscando expandir sua marca. Seus vestidos fluidos e translúcidos, biquínis de cortes ousados e sapatos customizados com pinturas à mão conquistaram nomes como a atriz Olívia Torres (Ainda Estou Aqui) e a cantora Marina Sena. “São roupas que vão da praia à balada, e não necessariamente nessa ordem”, resume.

    Ainda neste ano, a marca, que trabalha sob demanda, apresenta sua coleção de Alto Verão. São 12 peças que trazem o espírito da praia e da arte, com materiais como jeans, tapeçarias, rendas e texturas atoalhadas, pensadas para vestir e molhar.

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