Novo diretor criativo da Gucci, Alessandro Michele mostra seu interesse artístico e filosófico, parte de suas inspirações para a moda, na exposição “No Longer/Not Yet”, inaugurada nesta sexta (16) no Shanghai Minsheng Art Museum, em Xangai.
Em parceria com a criadora e editora-chefe da revista Love, Michele fez uma seleção de sete artistas, convidados a interpretar o que é ser contemporâneo hoje, a partir de uma frase de Roland Barthes que guia a crença do próprio estilista sobre o assunto: “O contemporâneo é o intempestivo”. Ele também parte de um trecho do livro “O que é o Contemporâneo” (no original italiano, “L’Amico”), do filósofo italiano Giorgio Agambem – e que também o inspirou na sua estreia na Gucci, em março passado – para montar o conceito da mostra. “Aqueles que são verdadeiramente contemporâneos, que pertencem realmente ao seu tempo, são aqueles que não coincidem perfeitamente com ele, nem se adaptam às suas pretensões. São, portanto, nesse sentido, inatuais. Mas, justamente por isso, a partir desse afastamento e desse anacronismo, é mais capaz do que os outros de perceber e de apreender o seu tempo. Esta não coincidência, esta ‘discronia’, não significa, naturalmente, que seja contemporâneo quem vive em outra era…”
A exposição traz uma pintura de um artista desconhecido, do acervo pessoal de Michele e uma de suas obras preferidas, por trazer um “personagem perdido na noção de temporalidade, tema chave do trabalho de Alessandro Michele”, segundo Instagram da Gucci.
O artista multimídia chinês Cao Fei, a escultora americana Rachel Feinstein, a artista neo-conceitual americana Jenny Holzer, o fotógrafo britânico Glen Luchford, os designers de som Steve Mackey e John Gosling, que criaram uma trilha sonora original para cada instalação, o fotógrafo britânico Nigel Shafran, a artista óptica chinesa Li Shurui e o ilustrador e artista britânico Unskilled Worker completam o time da exposição.
Veja na galeria de fotos as interessantes obras e a bela montagem de “No Longer/Not Yet”.