Está em cartaz no museu Yuz, em Xangai, desde o dia 10.10, uma exposição chamada ironicamente de “O Artista está Presente”, mesmo nome da aclamada performance solo de Marina Abramovic no MoMA de Nova York. Inclusive o poster da exposição é uma reprodução do rosto de Marina.
Quem está por trás da curadoria da mostra é o artista italiano Maurizio Cattelan, conhecido no mundo das artes e da moda por seu projeto Toiletpaper. A exposição tem apoio da Gucci, de Alessandro Michele.
A escolha da China para sediar a exposição não foi gratuita. A China é, entre outras coisas, reconhecida por sua indústria da cópia, é terra do pensamento de que “a cópia é o original”. O objetivo de Maurizio é mostrar projetos artísticos que propõem simulação e cópia como um paradigma da cultura global. O próprio título tem como objetivo demonstrar como o ato de copiar pode ser considerado um nobre ato de criação, apresentando o mesmo valor artístico que o original.
“COPIAR É COMO UMA BLASFÊMIA: PODERIA PARECER DESRESPEITOSO PARA COM DEUS, MAS AO MESMO TEMPO É O SIGNIFICATIVO RECONHECIMENTO DE SUA EXISTÊNCIA” Maurizio Cattelan
Numa referência a Andy Warhol e a Pop Art, Maurizio busca explorar, através de sua curadoria, como originalidade pode ser alcançada através do ato da repetição, e como os próprios originais podem ser preservados através de cópias. Ela consiste numa imersão física no reino da imitação, uma terra onde os valores essenciais que eram usados no mundo ocidental para identificar uma obra de arte, como originalidade, intenção, expressão e autoria, foram desmantelados. Nada mais oportuno em tempos em que as referências e colagens nunca foram tão exploradas nas mais diversas áreas criativas.
“O Artista está Presente” traz uma seleção de mais de 30 artistas, estrangeiros e chineses, com obras tanto arte in situ quanto trabalhos já existentes que questionam os mais sagrados princípios da arte na era moderna: originalidade, intenção, expressão.
Veja abaixo imagens da exposição: