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    Tema, curadoria, artistas e até playlists: o que você precisa saber sobre a 33ª Bienal de São Paulo
    Sempre, Nunca, Wura-Natasha Ogunji / Reprodução site Bienal
    Tema, curadoria, artistas e até playlists: o que você precisa saber sobre a 33ª Bienal de São Paulo
    POR Redação

    Tema

    33ª Bienal de São Paulo – Afinidades afetivas busca um modelo alternativo ao uso de temáticas, privilegiando o olhar dos artistas sobre seus próprios contextos criativos. A mostra reúne 12 projetos individuais e sete mostras coletivas organizadas por artistas que fazem as vezes de curadores.

    A fim de alinhar pensamento e sentimento, criação e reflexão, a 33ª Bienal se desenha como exposição capaz de privilegiar a experiência acima do discurso, a descoberta acima do tema e a pluralidade acima da uniformidade. Ao evidenciar relações de poder e deslocar os lugares de fala e decisão, a 33ª Bienal procura fazer da arte um lugar central de atenção no mundo. “Se pudermos pensar na arte e em suas exposições essencialmente como experiências, e não como declarações, talvez possamos imaginar uma Bienal em que os artistas, curadores e espectadores são tratados como iguais, todos capazes de construir suas próprias afinidades afetivas com a arte e com o mundo além dela”.

    O curador

    Gabriel Perez-Barreiro, curador da Bienal de São Paulo / Cortesia

    Gabriel Perez-Barreiro, curador da Bienal de São Paulo / Cortesia

    O curador geral desta Bienal é o espanhol Gabriel Perez-Barreiro. Formado em história e teoria de arte no Reino Unido (Essex e Aberdeen), ele vive em Nova York, onde dirige a Coleção Patricia Phelps de Cisneros. Gabriel trouxe uma mudança ao sistema e curadoria, dizendo que a era do curador-autor está ultrapassada e propondo um sistema mais transparente para uma mostra menor e menos cansativa. Entre seus objetivos com a mudança está o de resgatar um público desinteressado ou cansado, que não tem se sensibilizado facilmente com a arte. “Não acredito na estrutura de um único curador decidindo um tema e procurando artistas para depois ilustrar esse tema. Essa coisa de uma grande exposição coletiva me lembra um zoológico ou um supermercado”, disse em uma entrevista a Folha de S.Paulo logo após ter sido anunciado curador da Bienal.

    Conceito da curadoria

    Em seu texto de apresentação da 33ª Bienal, Gabriel conecta as ideias de Goethe e do curador Mario Pedrosa. “Aplicadas à nossa realidade atual, elas podem oferecer um modo útil e enriquecedor de pensar os desafios e as contribuições de uma bienal de arte contemporânea. Será que os conceitos de afinidade e afeto fornecem uma estrutura ou sistema operacional diferentes, dentro dos quais é possível organizar uma Bienal? Para esta edição, proponho que a Bienal centralizada, discursiva e de cima para baixo – que hoje é o protocolo padrão para as bienais internacionais – possa evoluir para uma experiência mais diversificada, na qual a hierarquia entre arte e prática curatorial possa ser repensada”.

    Ele então convidou sete artistas para compor a equipe curatorial e para organizar uma exposição independente com artistas de sua escolha. Cada artista curador trabalhou com total liberdade para selecionar a lista de artistas e o projeto expográfico de suas exposições. São eles: Alejandro Cesarco, Antonio Ballester More, Claudia Fontes, Mamma Andersson, Sofia Borges, Waltercio Caldas e Wura-Natasha Ogunji.

    Exposições Coletivas

    Obra da exposição Stargazer II, com curadoria de Mamma Andersson / Reprodução site Bienal

    Obra da exposição Stargazer II, com curadoria de Mamma Andersson / Reprodução site Bienal

    Entre os destaques estão o projeto de Wura-Natasha Ogunji, que convidou artistas para criar, assim como ela, novos trabalhos em um processo curatorial colaborativo e horizontal. O trabalho de cada uma dessas artistas é afetado por suas histórias individuais e pelas complexas relações que mantêm com suas terras, nações e territórios. Já a sueca Mamma Andersson reúne um grupo de artistas que têm inspirado sua produção como pintora. Em comum, todos os participantes compartilham o interesse pela figuração expressiva e pelo corpo humano.

    Ao longo das coletivas, nos deparamos com obras de artistas como Leda Catunda, Sara Ramo, Sarah Lucas, Tunga, Bruce Nauman, Cabelo e Miguel Rio Branco.

     Projetos individuais

    Obra de Vânia Mignone / Reprodução site Bienal

    Obra de Vânia Mignone / Reprodução site Bienal

    Além das coletivas, Gabriel escolheu 12 projetos individuais de artistas que não necessariamente têm uma relação temática entre si: Alejandro Corujeira, Aníbal López, Bruno Moreschi, Denise Milan, Feliciano Centurión, Lucia Nogueira, Luiza Crosman, Maria Laet, Nelson Felix, Siron Franco, Tamar Guimarães, Vânia Mignone.

    De fato, a riqueza da mistura entre eles pode deixar a Bienal mais saborosa. Denise Milan, por exemplo, tem seu trabalho consistente com pedras e cristais enquanto Aníbal López foi um pioneiro da performance de inspiração política e permeada por um compromisso com a ética e desejo de desmascarar todo tipo de hipocrisia. Já Vania Mignone mostra uma série de pinturas que descreve como “uma emoção baseada em certos contextos do dia a dia, em informações, coisas que li, aprendi, escutei, e que se juntam e me fazem produzir um grupo de trabalhos. São individuais, mas vêm todos dentro de uma mesma ideia. Então não é exatamente uma série. É o resultado de um período”.

    Cartaz e identidade visual

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    O cartaz da 33ª Bienal de São Paulo foi projetado por Raul Loureiro, que utilizou suas afinidades como motivos gráficos para a comunicação visual da mostra. É constituído da reprodução da obra Formas expressivas (1932), de Hans (Jean) Arp, uma pintura com madeira em relevo, acompanhada por elementos tipográficos. A identidade visual adota a família tipográfica Helvetica, que prioriza a clareza e a neutralidade de significados, e enfatiza o número 33 como elemento de sua concepção.

    Programa educativo

    “Estamos apenas começando a entender o impacto catastrófico das mídias sociais em nossas vidas interpessoais e políticas. A nossa atenção se tornou o principal produto que as plataformas “livres” tentam revender, enquanto continuam a seduzi-la em nossas horas de vigília”, diz o curador. Pensando nisso, o foco do programa educativo desta edição é a atenção: como administramos ou não nossa capacidade de concentração ou àquilo que está à nossa volta. Aos visitantes serão oferecidos diversos exercícios, através dos quais poderão experimentar a Bienal de modos diferentes a exposição, na tentativa de compensar a dispersão natural desse tipo de exposição de grande escala.

    Material Educativo da 33a Bienal de São Paulo. 01/03/2018 © Pedro Ivo Trasferetti / Fundação Bienal de São Paulo

    Material Educativo da 33a Bienal de São Paulo. 01/03/2018 © Pedro Ivo Trasferetti / Fundação Bienal de São Paulo

    A publicação Convite à atenção propõe exercícios que convidam as pessoas a estarem atentas para a experiência com a arte, desde o encontro com a obra até o compartilhamento da reflexão sobre ela. Ele contém um livreto com textos sobre as relações entre arte, educação e atenção, e colagens inéditas feitas pelo artista-curador Antonio Ballester Moreno.

    Playlists

    No site da Bienal você encontra seleções musicais com curadoria dos artistas da mostra. Vale tirar um tempo para descobrir as músicas que inspiram ou acalentam a alma dos artistas – além de adicionar coisas novas ao seu próprio playlist.

    Serviço 33ª Bienal de São Paulo

    De 06.09 a 9.12

    Funcionamento: ter, qua, sex, dom e feriados: 9h – 19h (entrada até 18h)
    qui e sáb: 9h – 22h (entrada até 21h)

    Fechado às segundas

     

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