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    A tendência de maquiagens extremas e surreais toma conta das redes sociais

    Por Mariáh Cidral

     

    A arte e a estética caminham juntos com a sociedade, provocam e propõem novas percepções visuais com o passar dos anos, porém, elas também proporcionam a criação de padrões de beleza que devem ser revistos e questionados para que todos se sintam representados. Uma turma de usuários de redes sociais cansados dos padrões de beleza homogeneizados passaram a explorar novas possibilidades estéticas consideradas alternativas, futurísticas ou extremistas, tamanha a estranheza que elas podem provocar. Você já deve ter reparado no boom de alienígenas, demônios e outras criaturas passando por sua timeline no Instagram, não é mesmo? Com um toque de ficção científica e misturando a vida real com a realidade virtual, cada vez mais pessoas e artistas têm explorado ou extreme make up (maquiagens extremas na tradução literal). Além disso, para as novas gerações, a modificação corporal é uma maneira de abrir diálogos para que cada um explore a sua identidade visual e se liberte das regras e dos limites do que é tratado como normal. 

    Para entendermos mais sobre esse movimento estético, basta olharmos para eventos mundiais recentes como a pandemia de Covid19, mudanças climáticas, viagens espaciais e crise financeira em diversos países. A tendência é que as pessoas procurem cada vez mais uma maneira de escapar da realidade e da rotina, seja através das roupas, maquiagem, entretenimento e até através de experiências espirituais e rituais místicos. Historicamente, estéticas extremas assim se tornam mais populares durante períodos de conservadorismo exacerbado ou crises economicas e sociais, e já vimos alguns famosos explorarem esse tipo de maquiagem nada usual anteriormente, como o ícone David Bowie e seu alter ego Ziggy Stardust nos anos 70. Atualmente a grande influenciadora dessa estética extrema é Lady Gaga, que vira e mexe lança mão de modificações faciais e corporais em clipes e performances e costuma chamar seus próprios fãs de little monsters

    É interessante notarmos que em um momento no qual a Inteligência Artificial está em ascensão e a indústria está cada mais robotizada, mais pessoas expressam o desejo de se transformar em robôs ou seres digitais faziando isso através da maquiagem e das roupas. Repare também na necessidade de criar seres com uma estética sobrenatural em um momento em que a vida na Terra está ameaçada devido às mudanças climáticas. Nada é por acaso.

    Anarchic Glamour, Dark Wonder, Ethereal Beauty

    Aryuna Tardis. reprodução Instagram

    Aryuna Tardis. reprodução Instagram

    Dentre diversas subculturas, temos os adeptos ao Anarchic Glamour: pessoas que exploram a maquiagem para transformar o rosto em algo sobre-humano e propositalmente bizarro com o simples intuito de expressar o que seria o verdadeiro eu. O Fecal Matter, criado pelo casal Hannah Rose Dalton e Steven Raj Bhaskaran, o músico Spooky Kid e Salvia que se expressam não apenas através da maquiagem mas também do cabelo e roupas customizadas. 

    A Dark Wonder, é o tipo de maquiagem usada para criar seres sobrenaturais mais sombrios com uso de maquiagem e efeitos digitais. A Jazmin Bean é uma das artistas mais conhecidas por suas makes sombrias e já realizou até um tutorial bem didático e detalhista para o canal da Vogue no Youtube. 

    Já os adeptos da Ethereal Beauty, usam a noção do que é atraente de uma forma antiquada. Aqui temos as tendências como Skin Glass extrema como a realizada pela Aryuna Tardis, pérolas coladas no corpo e no rosto como no caso de Rowi Singh, desenhos gráficos e pinturas faciais coloridas como da cantora Grimes e de Juno Birch – esta que se autodenomina “Rainha Alienígena de Manchester” em seu Instagram. 

    Na moda

    beleza do desfile de rick owens inverno 19

    beleza do desfile de rick owens inverno 19

    Alguns designers tem se aventurado nessas novas estéticas, como Rick Owens que sempre transforma seus modelos em seres de outros planetas, a Balenciaga, sob a batuta de Demna Gvasalia em seu desfile de verão 2020 trouxe modelos com próteses faciais num contexto mais simples de maquiagem, o que sugere que esses seres já estariam habitando entre nós. Já a Gucci inovou e apresentou modelos desfilando com réplicas de suas próprias cabeças em seu inverno 2018. 

    Com diferentes formas de arte e de expressão, vemos que finalmente a maquiagem alcançou o seu momento de popularidade e pluralidade. Com as redes sociais cada dia mais presentes no dia dia, gente do mundo todo pode se conectar com seus grupos, se transformar e se libertar usando as plataformas para projetar algo imaginário mas que é totalmente real em sua realidade virtual.

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