Muitos de nós já conhecemos a startup Positiv.a com sua linha de produtos de limpeza feita à base de ingredientes naturais.
Ela agora lançou uma linha de autocuidado com produtos 100% naturais e sustentáveis, que já chega com 18 produtos, entre eles óleos essenciais de origem agroflorestal, pasta de dente natural, escovas de dente de bambu, sabonetes, desodorante e xampu em barra.
Os processos também são levados em conta dentro da marca, que busca ser agente de transformação. A Positiv.a é já é uma Empresa B (modelo de negócios que visa o desenvolvimento social e ambiental) e grande parte de seus produtos são feitos em parceria com agricultores familiares – atualmente, a marca trabalha em rede com 20 pequenos produtores espalhados pelo Brasil, como a Dikumbe, na Chapada dos Veadeiros, uma fábrica que fomenta a cultura da maior comunidade Quilombola do Brasil.
Todos os produtos da nova são sem nenhum tipo de plástico (com exceção da pasta dental em embalagem de plástico reciclado) e os rótulos são serigrafados com tinta à base de água. Ospreços vão de R$ 14,99 (sabonetes) a R$63,99 (óleos essenciais) e podem ser encontrados no site da marca.
Leia abaixo nossa entrevista com Gicele Brandão, líder de desenvolvimento e inovação da Positiv.a.
Como é o desenvolvimento de uma marca com o propósito da Positiv.a? Dá mais trabalho ou custa mais caro construir uma marca com esse posicionamento?
Desenvolver os novos produtos na Positiv.a é sempre um desafio e uma oportunidade. Desafio porque não partimos do senso comum para desenvolver, temos diretrizes que na maior parte das vezes exige que tenhamos resiliência para idas e vindas, capacidade de persuasão para engajar alguns stakeholders, encontros e desencontros.
Oportunidade porque além de aprender ao longo desse processo, temos encontros com pessoas incríveis, estabelecemos novas parcerias e novos vínculos e contato com facetas do Brasil diferentes e diversas de nosso dia a dia aqui em São Paulo. Posso dizer que, sobretudo, desenvolver na Positiv.a é um exercício diário de rever o que, como e com quem podemos fazer melhor.
Sobre dar mais trabalho, é claro que dá! Temos que deixar a cartilha de lado e questionar o tempo todo como fazer melhor. Quanto a custar mais caro, depende do referencial que partimos. Nossos custos internos revertem a favor. Temos os custos de testes de performance/eficácia, pois nossos produtos são todos registrados na ANVISA, passam por testes de hipoalergenicidade, são submetidos a aprovação de selos relevantes. Não temos fábrica ou laboratórios, mas sim parceiros (indústrias) que a quatro mãos desenvolvemos, avaliamos e produzimos – uma rede em prol de um mesmo objetivo.
Vocês acreditam que isso vai se tornar um direcionamento forte no mercado, com mais marcas surgindo com essa preocupação sócio-ambiental?
A busca do consumidor por produtos que apontam para uma cadeia produtiva sustentável e ética, já não é mais uma tendência, é uma realidade. Acreditamos sim que cada vez mais marcas surgirão com a preocupação ambiental em diversos setores da economia. Embora tenha muito a evoluir em práticas que cuidam da natureza da qual somos parte, o consumidor está mais informado e atento e mesmo setores onde os produtos são muito agressivos ao meio ambiente em algum momento terão que se adequar e desenvolver produtos menos agressivos sim.
Existe um produto linha de frente, que vocês acreditam que terá bastante aderência com os consumidores?
Todos os produtos fazem parte da necessaire básica das pessoas, mas a gente acredita muito numa forte aderência dos consumidores ao desodorante. Ele é feito sem alumínio e com uma eficácia contra o mau odor proporcionada pela combinação de óleos essenciais orgânicos e agro florestais que possuem propriedades bactericidas e antifúngicas, base vegetal, vegano, com manteigas que hidratam a pele, hipoalergênico, base vegetal e vegano.
Além disso, a embalagem ecológica é a primeira no Brasil 100% compostável, zero plástico, impermeabilizada pelo desenvolvimento de ceras vegetais. Ela é prática, leve e de fácil aplicação.
Vocês tem alguma pesquisa ou dados que mostre o quanto o consumidor está mais consciente e disposto a comprar também pelo propósito?
Um estudo da Nielsen de 2019 sinaliza que sustentabilidade já está entre as três principais preocupações de 32% dos brasileiros e respondem por 18,2% do faturamento de higiene e beleza e que, entre os principais fatores que impactam as decisões de compra dos consumidores estão embalagens sustentáveis, uso de ingredientes naturais e não realização de testes em animais.