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    Saiba quem é hoje o homem mais influente no mundo da beleza
    Saiba quem é hoje o homem mais influente no mundo da beleza
    POR Redação

    peter_abrePeter Philips em ação, no backstage da Chanel ©Reprodução

    Peter Philips: é ele o homem que fez metade das mulheres do globo quererem usar esmalte verde, quando o legal era “corzinha clara”. É ele também o diretor criativo da divisão de beleza da Chanel, o que segundo o “The Independent”, o torna o maquiador mais influente do mundo. Convenhamos, tudo o que ele coloca de maquiagem na passarela da marca vira hit instantâneo, com listas de espera imensas por vidrinhos de esmaltes, por exemplo.

    A carreira de Philips deu uma guinada rumo ao sucesso em 1999, quando trabalhou em um editorial para a “V Magazine”, ao lado do fotógrafo Willy Vanderperre e do stylist Olivier Rizzo, todos eles amigos que se conheceram durante os estudos na Academy of Fine Arts, na Antuérpia. Por coincidência, as roupas eram de Raf Simons, também baseado na Antuérpia e da mesma tribo que os outros três. No ensaio, Philips pintou um desenho do Mickey Mouse no rosto da modelo Robbie Snelders, e logo a imagem se tornou notável e festejada por sua abordagem iconoclasta, que marcava o trabalho “contra a maré” do grupo. Tempos depois, é ainda mais considerável que Peter Philips esteja totalmente “dentro da maré”, pois cria imagens para os desfiles, campanhas e os próprios produtos de beleza da Chanel que são usados por um número incontável de pessoas no mundo todo.

    fotoA maquiagem que cativou a Chanel, na “Vogue” US de setembro de 2004 ©Irving Penn

    Mas o que realmente chamou atenção da maison francesa foi outro trabalho de Philips, para uma “Vogue” americana de setembro de 2004, em um ensaio fotografado por Irving Penn, em que a modelo Lisa Cant vestia uma renda preta, uma máscara incrustada de jóias e lábios violetas preenchidos por Philips, segundo os veteranos de beleza da Chanel, Dominique Moncourtois (contratado pela própria Coco Chanel) e Heidi Morawetz revelaram a ele tempos depois.

    “Eu havia trabalhado com Karl [Lagerfeld] e então eles começaram a me chamar como maquiador freelancer para as campanhas de beleza da Chanel. E eu pensava: ‘Eles estão entusiasmados’, porque sempre que eu estava fazendo maquiagem eles sentavam ao meu lado, assistindo e fazendo perguntas o tempo todo”, contou em entrevista ao “The Independent”. Philips não fazia ideia de que estava sendo preparado para a próxima etapa, de entrar no universo da marca: “Então, depois de alguns ensaios, eles me convidaram para visitar o estúdio Chanel e eu disse ‘sim, fantástico’, achando que haveria alguns produtos de graça lá…”

    “Eles realmente gostaram do jeito que eu trabalhava, aparentemente, o jeito que eu podia fazer uma beleza clássica, uma base linda, uma maquiagem respeitável para uma mulher, que não é muito “moda”. Mas eles também conheciam meu trabalho freelance, meu portfólio, e eles disseram que amaram o fato de que eu era capaz de ir bem longe”. A partir daí se iniciou um período de dois anos em que Philips foi preparado para assumir o cargo, mas devidamente em segredo. Isso é bastante comum na Chanel, pois seus donos – a família Wertheimer, que assumiu a parte de beleza em 1920 – trabalham de maneiras bastante misteriosas. “Eles se aproximaram secretamente. Isso foi ok, teria havido muito pressão se todo mundo soubesse”, disse Philips.

    peter_02Make-up de Peter para a “LOVE” #6 e para a “Vogue” Paris de março de 2011 ©Willy Vanderperre e Inez van Lamsweerde & Vinoodh Matadin

    Willy Vanderperre

    E foi em Janeiro de 2008 que a posição de Philips foi oficialmente anunciada. À época, Karl Lagerfeld declarou ao “WWD” que ele não era apenas um excelente maquiador, mas que também podia criar um rosto perfeito, o que já era um prenúncio do que seria a abordagem da marca – apelar para o desejo feminino de se aperfeiçoar e também testar limites de uma maquiagem mais artística e experimental – e que está no cerne do trabalho e do sucesso de Philips.

    “Eu não quero fazer as pessoas comprarem algo estanho, um esmalte verde, por exemplo,”, diz o maquiador, após três anos e meio de casa. “Eu sempre tento balancear minha coleção para que todos possam achar algo nela. Os tons mais especiais – eu odeio essa palavra, mas vamos com essa mesmo – estão lá como uma provocação. Quero dizer que há um belo rosa ou bege, mas se você quer um amarelo, então ele tem que estar lá também. Não há nada oferecido pela Chanel que faria uma mulher parecer uma tola. É tudo projetado para fazer as mulheres ficarem bonitas e isso – essencialmente – é o que eu faço aqui”.

    Neste momento, está para ser lançada a coleção de Outono/Inverno da Chanel. Philips faz quatro por ano: Primavera, Verão, Outono/Inverno e Natal, embora existam drops de produtos no meio disso. Muitos dos novos tons e texturas são mostrados primeiramente na passarela. Segundo o maquiador, ele só fica sabendo do “mood” da coleção quatro ou cinco meses antes, e é informado de maneira mais completa apenas 10 dias antes. Ele tende a começar a trabalhar em um produto cerca de dois anos (!) antes de qualquer lançamento e o fato de que roupas e maquiagem inevitavelmente funcionam tão bem juntas é nada mais do que uma prova da sincronia de pensamento dos dois responsáveis por cada área.

    peter_05Peter Philips faz o make-up da “Vogue” UK de janeiro de 2009 © Patrick Demarchelier

    “Vejo algumas peças do desfile, rolos de tecidos, rascunhos que Karl desenhou”, explica o maquiador. “E então há sempre uma dica de cabelo e maquiagem, talvez um pequeno toque de azul em torno dos olhos ou uma pena no cabelo, breves indicações. Ele também gosta de ver coisas, de ser surpreendido. Muitas vezes eu uso algo da coleção nova e às vezes nós criamos algo especialmente para o desfile”.

    Como carros-chefes da nova coleção de beleza da Chanel há seis sombras cremosas – as primeiras da marca. “É uma fórmula surpreendente. É algo que eu queria fazer desde que comecei a trabalhar na Chanel. Acho que a maioria das mulheres amam, você pode aplicá-las com os dedos e o resultado por ser tão sutil ou forte como você quiser”, contou o maquiador, que deu dicas sobre a coleção, “Há um pêssego acetinado que se funde com o tom da pele. Faz seus olhos parecerem luminosos e você também pode usar com moderação nas bochechas. Há um preto, que é o preto mais intenso que você pode imaginar, o que significa que ele absorve luz, mas ele é misturado com o máximo de brilho. E entre esses dois há os metálicos, super brilhantes, um bronze legal, um roxo bonito…”

    Para os esmaltes, que possuem praticamente um séquito de fãs devotadas, o tema dos metálicos continua: Quartz, bronze esmaecido com rosa para um efeito relativamente discreto; Graphite, uma mistura super chique de prata, dourado e platina; e Peridot, que, quando atingido pela luz, faz as unhas parecerem douradas e na sombra se torna um brilhante pavão verde. O maquiador diz que não acha que o tom vai alcançar o sucesso espetacular do Particulière, lançado em 2010, mas não é esse o ponto: “Não acho que esta vai ser um clássico, mas é algo que você quer ter porque é quase como um acessório”.

    Já em setembro a Chanel vai lançar o Rouge Allure Velvet, algo que vai fazer as fãs aguardarem ansiosamente. “Senti que havia uma necessidade por um batom de acabamento mate”, disse Philips. “Quando você olha veludo ele é mate, mas se você o torce um pouco há uma luminosidade brilhante. Esse é o efeito que nós estamos tentando alcançar: um mate suave. Além disso, um monte de batons ‘mate’ ressecam os lábios. É importante que ele seja confortável”.

    peter_04Make-up da Jil Sander Primavera 2011 e Alexander McQueen Primavera 2010 ©Reprodução

    A Chanel tem tanta confiança em Philips que ele continua firme e forte no mercado da beleza, trabalhando em editoriais com os melhores fotógrafos do mundo e também criando belezas para desfiles de outros estilistas. Um exemplo icônico foi o look alienígena-subaquático do último desfile de Alexander McQueen, feito por ele, e agora ele trabalha com Sarah Burton. Os lábios rosa – flúor da Jil Sander, sob comando de Raf Simons, também foi obra dele.

    “A Chanel entende que eles não me pagam para me trancar em uma torre de marfim”, diz Philips. “Eles sabem de onde eu venho e o que me inspira. Tenho trabalhado em tempo integral fazendo editoriais e maquiagens de desfiles por 15 anos e se eu apenas fizesse a mesma coisa um dia após o outro acho que eu estaria perdido. Isso é bom. Me nutre. Continuo em contato com meus fotógrafos, adoro trabalhar com meus amigos que são stylists e modelos. Eu não estou isolado, e isso é uma coisa boa”.

    Hoje Philips vive entre Nova York e Paris, viaja muito, mas não tanto quanto costumava, e diz estar aproveitando os estranhos finais de semana livres que são uma novidade. Ao finalizar a entrevista, a repórter pergunta se Philips tem o melhor trabalho do mundo: “Eu acho que tenho!”, ele responde rindo.

    A coleção de outono, “Illusions d’Ombres”, chega às lojas da Europa e dos EUA no dia 19 de Agosto e o lançamento “Rouge Allure Velvet” chega em 30 de setembro.

    peter_chanelnovoAs novidades da Chanel “Illusions d’Ombres” e “Rouge Allure Velvet” ©Reprodução

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