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    Moda peruana busca expansão global com investimento de US$ 60 mi
    Moda peruana busca expansão global com investimento de US$ 60 mi
    POR Camila Yahn

    Trabalho da artista e estilista peruana Meche Correa, que inspira-se na história e cultura de seu país para criar ©Reprodução

    Se o Brasil é a bola da vez, outros países da América Latina podem aproveitar os olhares do mundo para atrair atenção a segmentos pouco conhecidos. O Peru, famoso por seu algodão de primeira qualidade e sua pele de alpaca, não tem representação na moda, mas está trabalhando para mudar isso. Segundo apurou o “WWD”, o país vai investir ao menos US$ 60 milhões até 2017 para promover seus estilistas no mercado internacional.

    “Nós queremos internacionalizar nosso algodão, que é um produto de ponta, além das marcas que trabalham com alpaca e vicunha. Mas para fazer isso, precisamos investir para ajudar essas empresas a construírem essa presença internacional”, diz Luis Torres Paz, diretor de promoção da agência Promperu, que está à frente da iniciativa junto aos Ministérios de Turismo e Economia.

    Investidores privados também irão se juntar ao grupo para financiar a expansão global de designers novos ou já estabelecidos, como Kuna, Michelle Belau, Meche Correa, Sergio Davila, Jose Valdivia, Harumi Momota e Sumy Kujon.

     Sergio Davila faz os ajustes finais antes de seu desfile em Nova York. O estilista é uma das estrelas da moda peruana, e é radicado em Nova York ©Reprodução

    Segundo Torres, a agência irá promover esses designers em feiras ao redor do mundo e ao mesmo tempo ajuda-los a construir e financiar sua produção. “No momento, eles não têm a capacidade de entregar pedidos grandes”, diz. Eles têm interesse em participar de feiras onde os estilistas possam mostrar suas coleções nas passarelas. Parcerias com shopping centers também estão no programa. A ideia é que os designers possam mostrar seus produtos feitos com o melhor algodão e alpaca a um público também formador de opinião. As marcas Michelle Belau, Sergio Davila e uma parceria entre Meche Correa e Jose Valdivia podem abrir lojas em shoppings brasileiros até o final deste ano.

    Torres destaca a marca peruana Dunkelvolk como o tipo de história inspiradora. A rede de sportswear e moda praia tem 10 lojas no mundo, três delas na China. “Eles fizeram um ótimo trabalho promovendo a qualidade do algodão peruano e também as praias peruanas como um destino turístico. Esperamos que outras grifes consigam fazer algo semelhante”. No entanto, ao vermos as imagens nos sites de cada marca, vemos produtos muito bonitos, originais e com raiz que remete a sua cultura. Mas os looks de desfiles ainda deixam muito a desejar e não conseguem fechar o círculo criando uma imagem que cause desejo ou impacto.

    Look da marca Kuna, especialista no trabalho premium com pelos de alpaca e vicunha ©Reprodução

    Além de promover essas iniciativas, o Peru quer estabelecer negociações de comércio livre com o Brasil, a Austrália e a Rússia em um futuro breve, segundo disse ao “WWD” o ministro do Turismo José Luis Silva Martinot.

    Junto com a agro-alimentar, as indústrias têxtil e de vestimentas representam 60% das exportações de valor agregado peruano.

    Grosseiramente, 45% das vendas de têxteis e vestuário vão para os Estados Unidos; 35% para a Venezuela; 15% para Brasil, México e Colômbia; e 5% para outros mercados. A estratégia vai focar nos mercados chave da América Latina até 2015, quando então miram para China e Japão com “grande intensidade”. “As marcas peruanas têm muito trabalho pela frente antes de entrar na Ásia”, diz Torres. Segundo ele, os peruanos irão competir com profissionais do Vietnã e Bangladesh, que têm cashmere e tecidos inovadores.

    O mais bacana de observar é que nosso país irmão está também passando por um boom e a indústria da moda é parte deste desenvolvimento, com estratégias claras e parcerias fortes que querem entrar no jogo para sair ganhando.

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