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    Debate aponta que inovação na moda depende de maior união dos elos da cadeia produtiva
    Debate aponta que inovação na moda depende de maior união dos elos da cadeia produtiva
    POR Redação

    Participantes de debate no Senai dentro da programação do Fashion Rio concordam que é necessário haver uma maior união entre elos da cadeia produtiva ©Edu Lopes/Agência Fotosite

    Uma maior união entre os elos da cadeia produtiva têxtil poderia fazer com que a moda fosse mais inovadora e ofertasse aos consumidores produtos cada vez mais tecnológicos. Este foi um dos pontos de concordância entre os participantes de um painel sobre moda e tecnologia que aconteceu nesta quarta-feira no Senai/Cetiqt, na zona Norte do Rio, dentro da programação oficial do Fashion Rio. O debate, mediado pelo CEO da Luminosidade, Paulo Borges, reuniu representantes da cadeia produtiva têxtil, desde fabricantes do fio até estilistas.

    O chileno Juan Pablo, que há dez anos mora no Brasil, onde trabalha para a Nike, se disse impressionado com os números da balança comercial do setor têxtil. Enquanto as exportações brasileiras estão na ordem de US$ 1,3 bilhão anuais, as importações chegam a quase US$ 7 bilhões anuais. Para ele, isso é o resultado da falta de competitividade da indústria de tecidos brasileira, o que leva muitas marcas nacionais a produzirem em lugares como o Peru. Ele falou sobre o processo de fabricação da camiseta que será usada na próxima Copa do Mundo, com vários recursos tecnológicos. O problema é que o custo para fabricação no Brasil era muito alto em comparação com países como a Índia. “Aqui no Brasil uma indústria compete contra a outra, mas elas não percebem que podem competir com o resto do mundo.” A Nike Brasil, então, atuou em duas frentes: mostrou à matriz que em países como a Índia há muitos problemas na linha produtiva e entrou em contato com as fabricantes nacionais e demonstrou que era necessário (e possível) melhorar índices e diminuir custos. Deu certo e a camiseta canarinho será made in Brazil.

    Mayra Monthel, da Rhodia, deu alguns exemplos de inovação que têm sido colocados em prática pela fabricante de poliamida, como os fios Emana e Amni Soul Eco, que foram usados em coleções de Alexandre Herchcovitch e Ronaldo Fraga, respectivamente. O Emana ajuda a melhorar a circulação sanguínea, reduzindo a celulite, e o Amni Soul Eco é biodegradável. “As pessoas não compram o fio, as pessoas compram o design”, disse Mayra, explicando que não adianta apenas investir em tecnologia, pois se não for bonito as pessoas não compram.

    Angelo Frigerio, do Grupo Rosset, mencionou o caso da Dolce & Gabbana, que faz estampas digitais, mas também tem artistas pintando peças à mão. O estilista Gustavo Lins, único brasileiro que faz parte da Câmara de Alta-Costura de Paris, exaltou que isso aconteça, afirmando que é “o manual que inspira o digital”. O designer ainda acrescentou que não teme que a tecnologia acabe com a alta costura, pois sempre será necessário alguém que manipule a máquina.

    Paulo Borges comparou as semanas de moda à Formula 1. “Toda a tecnologia de ponta é empregada na Fórmula 1 para testes, e depois isso entra no mercado. A mesma coisa deve ser feita com a moda. As passarelas são uma experiência do que será usado no mercado. Pelo menos essa é a expectativa que as pessoas têm.” Ele encerrou o debate comentando que o mundo ainda está em transformação. “As novas fórmulas e a inexistência de barreiras estão mudando. O desafio é entender como fazer com que as pessoas ainda tenham interesse na moda.”

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