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    Jovens empreendedores
    Jovens empreendedores
    POR Camila Yahn

    Fabio Justos e Dimitri Mussard, sócios-fundadores da Acaju do Brasil ©Ricardo Toscani

    Trazer marcas importadas para o Brasil, principalmente a preços acessíveis, ainda não é um trabalho fácil. Que o diga Fabio Justos, 34, e Dimitri Mussard, 29, sócios-fundadores da Acaju do Brasil que se dedicam a trazer para o nosso país algumas das marcas internacionais mais hypadas da atualidade.

    Fundada há três anos, a Acaju surgiu para oferecer ao mercado brasileiro a possibilidade de comprar marcas importadas aos mesmos preços das nacionais. As grifes escolhidas partem de uma curadoria de Dimitri, que das suas viagens por feiras internacionais seleciona aquelas que melhor se adequam ao mercado brasileiro, com base em critérios estabelecidos pela Acaju. “Encontramos uma necessidade na moda brasileira de trazer marcas diferenciadas com uma pegada de design e história, que chegassem com um preço acessível, apesar de serem importadas”, esclarece Fabio sobre os critérios de escolha. “Além do preço e da qualidade, as marcas têm que ter uma história a contar. As pessoas lembram de histórias”, acrescenta Dimitri.

    A marca de óculos Thierry Lasry, os tênis Twins for Peace, as bolsas Tila March ou a grife de acessórios feitos com peças de Lego, Les Petits Joueurs (desenhada por Mariasole Cecchi, namorada de Dimitri), são representadas pela Acaju e vendidas nas melhores multimarcas do país. “Agora as marcas nos procuram e não o contrário, porque elas sabem que nós podemos fazer um trabalho bacana”, explica Dimitri.

    Os óculos escuros da Thierry Lasry, marca representada pela Acaju do Brasil ©Ricardo Toscani

    O FFW conversou com os sócios da Acaju em um dos showrooms que apresenta as marcas aos compradores. Confira abaixo a entrevista:

    Como vocês se conheceram?

    Fabio: Eu trabalhava em uma revista com o João Camargo, na parte de comunicação, e estava fazendo um trabalho que envolvia o Dimitri. Por meio da atual consultora de moda da Acaju entendemos que tínhamos duas coisas que poderíamos juntar: um conhecimento meu em comunicação e os contatos do Dimitri no exterior. E as marcas lá fora precisavam disso porque não acreditavam no mercado e não tinham ninguém aqui que fizesse esse link. A Acaju é uma agência de comunicação, distribuição e apresentação que trabalha em exclusivo para as marcas. Não existia isso no Brasil, uma agência de comunicação inteligente.

    E como surgiu a ideia da Acaju do Brasil?

    Fabio: Nós encontramos uma necessidade de trazer marcas diferenciadas com uma pegada de design e história, que chegassem com um preço acessível, apesar de serem importadas. As marcas que trabalhamos partem de uma pesquisa que o Dimitri faz lá fora, não só na Europa. Procuramos entender a marca e em conjunto vemos o que faz sentido. Eu trabalho mais a área de comunicação, marketing e comercial. O Dimitri é toda a parte internacional de contatos no exterior e curadoria.

    Quais foram as principais dificuldades que encontraram?

    Fabio: Foi muito difícil porque as marcas lá fora não entendiam o que acontece no Brasil. Agora o Dimitri conversa com elas e dá segurança do que vai acontecer. Com os contatos que fazemos e com os preços que praticamos conseguimos atingir um público legal, jovem e descolado, que viaja e que paga pelas nossas marcas o mesmo preço de uma marca nacional boa.

    Dimitri: Quando eu cheguei ao Brasil, há quatro anos, percebi que o mercado brasileiro não tinha muitas opções. Tinha as marcas internacionais, muito caras, ou as marcas nacionais. Queríamos dar outras opções de consumo para o brasileiro e falar: “Você pode comprar uma marca extremamente luxuosa pagando muito caro, mas você também pode optar por uma marca com a mesma matéria-prima e tecido, feito nas mesmas fábricas, em que não vai pagar pelo label, só vai pagar pela qualidade, design e acabamento”. A nossa ideia foi essa. As nossas marcas não têm logotipo, então você vai reconhecer uma Thierry Lasry, a marca de óculos, porque eles usam materiais e formatos diferentes. A Tila March é outro exemplo — você reconhece pela estampa ou pelo fecho. Então temos de convencer as multimarcas a vender a marca. Muitas vezes as compradoras têm medo porque é novo, porque elas não sabem se vai chegar a tempo, porque é difícil importar no Brasil… então tem um trabalho educacional triplo: convencer as marcas europeias a virem para o Brasil, convencer as multimarcas a apostar no nosso produto e ainda seduzir os clientes finais por meio de estratégias de comunicação.

    As bolsas discretas e elegantes Tila March ©Ricardo Toscani

    Medo porque as marcas que representam são pouco conhecidas ainda?

    Dimitri: O brasileiro ainda quer mostrar poder através da marca. É igual à Rússia. O meu pai é russo então eu sei bem como funciona. Lá eles também consumiam demais e sempre as mesmas coisas. Agora eles estão procurando maneiras de consumir de forma diferente, coisas mais originais. No Brasil é igual, estamos vivendo esse momento agora.

    Como é feita a curadoria das marcas?

    Dimitri: Através de grandes feiras internacionais eu acho as marcas que me parecem interessantes, olho o preço, vejo que preço elas ficariam no Brasil, e vou conferir essas marcas com os nossos comerciais. Não dá para pegar só as que eu gosto (risos). Faço uma seleção ampla e depois um “olho brasileiro” fala se é viável ou não.

    Fabio: Que é uma outra etapa que o Dimitri faz, de descobrir marcas novas. A Thierry Lasry, que agora está em alta lá fora, mas que ele trouxe quando ainda ninguém falava ou conhecia é um bom exemplo. Hoje temos dez marcas já posicionadas e agora temos um novo trabalho: trazer mais novidades.

    Vocês começaram só com marcas francesas. Por quê?

    Dimitri: A maioria das marcas é francesa, sim. A Les Petits Joueurs, por exemplo, é italiana, mas todas as outras são francesas ou feitas na França. Eu sou francês, então isso ajuda! (risos) E também porque eu acho a moda francesa uma das mais inovadoras e com muita tradição.

    Tênis da marca Twins for Peace ©Ricardo Toscani

    Quais as grandes diferenças do início da Acaju para agora?

    Dimitri: Começamos em um quarto do apartamento do Fabio com nenhuma marca e agora estamos com dois showrooms, dez marcas, e recebendo CV’s todos os dias. E hoje temos marcas que nos procuram para trabalhar conosco. Essa é a grande diferença: agora as marcas nos procuram e não o contrário, porque elas sabem que nós podemos fazer um trabalho bacana.

    Fabio: O investimento inicial foi muito pouco, até porque não tínhamos nada. Foi menos de 50 mil reais. A evolução da empresa aconteceu de uma forma bem orgânica. Colocamos o nosso plano em prática e a empresa foi crescendo, muito mais do que esperávamos.

    Quantas pessoas trabalham hoje na Acaju?

    Fabio: Onze pessoas contando com as meninas da assessoria.

    E onde querem chegar com a Acaju? Qual o objetivo final?

    Dimitri: O ideal seria termos a nossa própria loja. Faz tempo que penso nisso, mas eu quero ir devagar, não quero abrir um e-commerce já, nem uma multimarca. Vamos primeiro posicionar as nossas marcas e testa-las nas multimarcas que já vendem e talvez em 2013 abrir uma multimarcas Acaju do Brasil. Ao estilo Colette de Paris.

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