Uma das maiores e mais importantes celebrações do cinema queer na Europa, a 34ª edição do festival de cinema LGBTQ, BFI Flare, está marcado para acontecer entre 18 a 29 de março em Londres. Apresentando uma mistura poderosa, instigante e eclética de longas, curtas, discussões, palestras, oficinas e festas, o festival deste ano reflete sobre temas em torno de sexo, identidade, política e comunidade.
Esta edição traz mais de 50 longas e 80 curtas de cineastas de todo o mundo. Apesar de ser focado no trabalho de diretores britânicos, a programação inclui uma série internacional de curtas-metragens, a FiveFilms, com obras do Oriente Médio e da África, que trazem novas histórias queer globais para o festival.
Abaixo, selecionamos cinco filmes que são destaque do festival e que logo poderemos encontrar no Youtube, em canais de documentários, plataformas como Vimeo e iTunes ou em festivais por aqui.
Drag Kids
Com o sucesso enorme de programas como o de RuPaul na TV e milhões de tutoriais on-line gratuitos de maquiagem, o mundo drag nunca esteve tão em alta. Este documentário segue quatro crianças que foram arrebatadas por esse desejo de se expressar desta maneira, mas encontram poucos lugares para se apresentar ou ainda conhecer outras pessoas da sua idade que compartilhem da mesma situação. Drag Kids reúne um grupo para ensaiar para um show no Canadá, onde eles devem participar de um desfile. E assim como nas drags adultas, essas aqui também têm suas “famílias”: Ao longo do filme, a gente torce para as equipes da Queen Lactatia, Laddy GaGa, Suzan Bee Anthony e Bracken Hanke.
yo, adolescente (memories of a teenager)
Zabo tem 16 anos e mora em Buenos Aires. Virgem, ele está procurando uma namorada, mas ainda está se recuperando do recente suicídio de Paul, seu melhor amigo. Zabo abre uma boate em um armazém abandonado, onde ele e seus amigos bebem, tomam drogas (e buscam por sex0), mas acaba sendo também onde Zabo aprende sobre lealdade e traição. O filme foi descrito como uma recriação poderosa da adolescência, detalhando seus prazeres, dores e desgostos.
For they know not what they do
Um dos mais recomendados do festival, este documentário mostra quatro pessoas LGBTIQ + que experimentam encontros complicados com religião. O filme retrata muitas coisas que podem parecer familiares, à medida que conhecemos as famílias dos protagonistas e como eles lidam com a igreja, seus filhos e suas identidades de gênero e sexual. Mas, como o filme detalha as ações da extrema direita nos EUA, essas histórias de família têm uma ressonância muito além de seu país. Desde a terapia de conversão, o conflito pela identidade trans e a violência casual que afeta os jovens homossexuais, o que surge é uma batalha em um ambiente político que está moldando o século 21. “Não é um conto confortável ou atraente, mas essa história de bravura persistente diante do perigo é uma conquista surpreendente de cada um dos personagens”, diz um dos curadores.
Clementine
Desenvolvido com o apoio da Bienal de Veneza e do Instituto Sundance, ele participou de diversos festivais ao redor do mundo, como o Tribeca. Conta a história de mulher de coração partido que se envolve com uma garota mais nova, resultando em uma tensa reflexão sobre quem amar e como se deixar levar. Com performances emocionantes e uma linda paisagem de florestas de fundo.
Matthias and Maxime
Novo filme de Xavier Dolan conta a história de Matthias (Gabriel D’Almeida Freitas) e Maxime (Dolan), que são amigos desde a infância. Alguns meses antes de se mudar para a Austrália, Maxime passa o fim de semana com seus amigos e, enquanto a turma turbulenta ri, bebe e brinca, seu anfitrião revela que precisa de um par de artistas para beijar em seu filme de estudante, convidando Matthias e Maxime para o trabalho. Mas o que seria um breve encontro acaba virando uma história dramática entre os dois, forçando-os a questionar o que realmente querem um do outro.