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    Fique em casa #1: veja nossa seleção de 14 filmes e docs disponíveis na Netflix
    Cena de Atlantique / Reprodução
    Fique em casa #1: veja nossa seleção de 14 filmes e docs disponíveis na Netflix
    POR Camila Yahn

    Nossas rotinas e a de milhões de outras pessoas espalhadas pelo mundo têm sido transformadas pelo advento do coronavirus. Em um momento em que precisamos ficar em casa para evitar a propagação do vírus e poupar a população mais afetada – a de idosos – podemos usar os momentos de “isolamento” para aumentar nossa bagagem cultural com filmes, livros, documentários, boas histórias e novas formas de fazer conteúdo digital. Aqui vai uma seleção de 15 filmes disponíveis na Netflix no Brasil que abordam diversos assuntos.

    Everybody’s is Everything

    Produzido por Terrence Malick (A Árvore da Vida), esse doc mostra a curta jornada de Lil Peep, jovem que ganhou fama ao misturar rap, punk e emo, com letras inspiradas em suas próprias experiências (não muito felizes) de vida. Gravando precariamente com seus amigos, Peep começou a fazer sucesso lotando bares pequenos até esgotar suas turnês pela Rússia, Estados Unidos e Europa. Mas seu uso abusivo de drogas resultou em sua morte precoce por overdose aos 21 anos (isso não é spoiler). Incríveis as cenas do público cantando e pulando junto em seus shows no início da carreira.

    Por Lugares Incríveis

    Atual sensação da Netflix, Por Lugares Incríveis mostra o encontro de dois jovens, Violet e Theodore, que se aproximam por motivos inusitados e eventualmente se apaixonam. Ela sofre com o luto da irmã mais velha e Theodore está lidando com questões profundas que vão se revelando aos poucos. No meio das angústias e caos interno de cada um, eles redescobrem as coisas boas da vida. Baseada no livro homônimo de Jennifer Niven, o filme toca em temas sensíveis aos jovens, como solidão, luto, medo de não se integrar e suicídio. Delicado e com lindas imagens.

    Realidade Não Documentada

    Esta série documenta oito famílias de imigrantes sem documentos que vivem nos Estados Unidos. Impossível não se solidarizar com cada uma das famílias afetadas pelo endurecimento das leis de imigração pós Trump.  Uma das produtoras é a cantora Selena Gomez. “Como mulher mexicana-americana, sinto a responsabilidade de usar a minha plataforma e a minha voz pelas pessoas que têm medo de falar”.

    O Conto da Princesa Kaguya

    Filme da incrível produtora japonesa Studio Gihbli, também foi indicado ao Oscar como Melhor Animação. O trailer não revela muito sobre o filme, que conta a história de Kaguya, uma bebê que foi encontrada dentro de um tronco de bambu brilhante. Passado o tempo, ela se transforma em uma bela jovem que passa a ser cobiçada por cinco nobres, dentre eles, o próprio imperador. Porém nenhum deles é o que ela realmente quer e os envia em tarefas aparentemente impossíveis para tentar evitar o casamento. Mas chega um momento em que ela terá que enfrentar seu destino.

    Atlantique

    Este foi o primeiro longa da diretora francesa africana Mati Diop e ele já conquistou um dos principais prêmios do mundo cinematográfico, a Palma de Ouro em Cannes, em 2019. O filme conta a história de um amor desencontrado entre Ada, uma jovem de 17 anos, e Souleimane, um jovem pedreiro que está trabalhando na construção de um prédio futurista à beira mar no subúrbio de Dakar, no Senegal. Muitas coisas acontecem (que não vou comentar para não dar spoiler), algumas surreais, mas vale destacar o olhar de Mati Diop como diretora, adotando uma sucessão de recursos poéticos em um domínio lindo e original da linguagem.

    Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembrança

    Quem ainda não viu essa pérola dos anos 2000, veja. Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças, de Michel Gondry (também diretor de alguns dos principais clipe dos anos 90 e 2000), faz parte daquela categoria de filmes que você tem que ver. O roteiro de Charlie Kauffman foi vencedor do Oscar de Melhor Roteiro em 2004. O longa então tem a imaginação doida de Kauffmann com a realização criativa de Gondry. E ainda Kate Winslet em seu papel mais lindo. Um pouquinho sobre o filme: Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate) formavam um casal que batalhava para que seu relacionamento desse certo. Desiludida, Clementine decide esquecer Joel para sempre e, para isso, aceita se submeter a um tratamento experimental que retira de sua memória os momentos vividos com ele. Joel entra em depressão, frustrado por ainda estar apaixonado por alguém que quer esquecê-lo, e decide também a se submeter ao mesmo tratamento.

    Restless Creature

    O doc conta a história de uma das principais bailarinas americanas, Wendy Whelan, considerada uma das melhores da sua geração. Porém, aos 46 anos, ela sente as limitações físicas que, inevitavelmente, vêm com a idade. Como abrir mão de ser a melhor? Como lidar com a crescente falta de convites para trabalhar? Com o surgimento de novas bailarinas que, aos 20 anos, têm o corpo totalmente ao seu dispor? O filme mostra com delicadeza esse momento que todos nós enfrentaremos, atletas ou não, é é uma crônica íntima e envolvente de seus últimos meses no New York City Ballet. Após 30 anos no topo, Wendy tem uma chance de se reinventar.

     

    Privacidade Hackeada

    Esse doc tem sido muito comentado desde que foi lançado, então se ainda não viu, é importante que assista. Ele expõe o perigoso e absurdo mundo da exploração de dados através de histórias reais de diferentes lados do escândalo Cambridge Analytica/Facebook, com entrevistas com praticamente todos os envolvidos em um dos episódios que mudou a forma como a gente se relaciona na internet e nos despertou para tudo o que é feito sem o nosso conhecimento e – pior – consentimento.

    Laerte-se

    Este foi o primeiro documentário brasileiro original Netflix e fala sobre a transição da cartunista Laerte que, após quase 60 anos como homem, três filhos e três casamentos,  apresenta-se como mulher. Um relato honesto e libertador.

    Lorena

    Lorena, la de pies ligeros conta a história de Lorena Ramírez, da comunidade mexicana Rarámuri, que participa de maratonas usando suas sandálias (e seu vestido tradicional). Seu pai, padre da comunidade, também corria e Lorena pegou não só o gosto, mas passou por cima de todas as dificuldades mostrando como transformar escassez em abundância.

    Crônicas de são francisco

    Você vai se deliciar com essa série e pedir por mais quando terminar os 10 episódios. Ela foi criada originalmente em 1978, pelo escritor Armistead Maupin e publicada em forma de capítulos na coluna de Maupin no jornal San Francisco Chronicle. Inclusive os contos também originaram a Tales of the City, também disponível no Netflix. Crônicas de San Francisco foca num grupo de residentes de uma pensão LGBTI+ e as histórias que vivem individual ou coletivamente. Um joia em meio a oferta infinita da plataforma.

    Burden

    Documentário absurdo que mostra a carreira do artista performático Chris Burden, que nos anos 70, fazia performances perigosíssimas que estavam mais para dublê de filmes de ação.  Tanto que muitas vezes ele era questionado se aquilo poderia de fato ser chamado de arte. Arte ou não, ele mexeu com o sistema na época, tanto que o filme tem entrevistas como Marina Abramovic, Frank Gehry e Larry Gagosian.

    Hip Hop Evolution

    Série obrigatória e maravilhosa dirigida por Darby Wheeler que explora o surgimento da cultura hip hop e sua evolução. Há cenas antológicas e entrevistas com artistas que definiram o estilo, como Grandmaster Flash, Kurtis Blow, LL Cool J e Ice Cube. Já são quatro temporadas para maratonar, ou seja, tem bastante cultura de música aí.

    Casablancas

    Quando ele criou a agência de modelos Elite, na década de 1970, John Casablancas inventou o conceito de supermodelo. Se nomes como Naomi, Cindy, Linda, Iman, Gisele ou Kate fazem parte da cultura de moda de hoje, a maioria nasceu dentro da Elite. Casablancas era a imagem estereotipada de um playboy, vivendo uma vida de glamour e prestígio, viajando pelo mundo cercado por mulheres lindas. Mas olhando hoje, num mundo pós #metoo impossível não questionar seu papel como caça beldades. A começar pela origem do logo da Elite (história absurda)…

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