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    A nova realidade editorial e seus reflexos no papel múltiplo do editor
    A nova realidade editorial e seus reflexos no papel múltiplo do editor
    POR Camila Yahn

    Adam Rapoport, editor da “Bon Appetit”, fala sobre as várias funções da profissão nos dias de hoje ©Reprodução

    O papel do editor de uma revista hoje é diferente do que era há alguns anos. John Koblin, que recentemente deixou o “WWD” para se juntar à equipe do Deadspin, um blog irreverente de esporte, não deixou o site sem antes nos oferecer um pensamento sobre editores e o universo que hoje em dia surge à sua volta.

    O editor deixou de ser simplesmente editor e tornou-se uma espécie de “gestor de marca” da publicação onde trabalha, criando um universo de produtos, bens e serviços que rodeia essa marca. Começou com os sites, para que as revistas, tradicionalmente de banca, tivessem atuação no mundo digital, mas hoje se estendeu a muito mais do que isso. Eventos, palestras, produtos e livros são algumas das atividades editoriais que hoje fazem parte do “job description” dos editores de grandes publicações.

    A designer Diane von Furstenberg, a editora Tina Brown e a congressista Jane Harmon no evento Women in the World ©Reprodução

    Tina Brown, por exemplo, editora da “Newsweek” e do Daily Beast, site da publicação, organiza todos os anos o seminário “Women in the World”, que discute problemas femininos e que conta com a participação de mulheres influentes pelo mundo e até de estrelas de cinema. O evento tem na sua base de fundação uma ONG da qual Tina Brown participa ativamente.

    Um dos exemplos que Koblin dá no seu texto é o de Adam Rapoport, o editor-chefe da revista da Condé Nast “Bon Appétit”, que aparece no canal de vendas HSN, de madrugada, anunciando os novos utensílios de cozinha vendidos pela “Bon Appétit”. Os produtos incluem liquidificadores, cumbucas de aço inox e cortadores de abacaxi, todos com o selo da marca da publicação de Rapoport. Este foi um momento importante na carreira do editor e da própria revista, que assume um novo posicionamento no cenário editorial e na nova era de mídia. O resultado desta experiência é a venda de mais de 20 mil unidades diárias dos produtos anunciados pelo editor, transformando-os na estreia culinária mais bem sucedida dos últimos tempos.

    Em entrevista ao “WWD”, Rapoport explica a mudança que se deu no mundo editorial: “Quando o Jim Nelson entrou para a “GQ” em 2003, ele tinha uma revista para editar, e só. Agora nós temos uma revista, um site e um aplicativo de celular, e na “Bon Appetit” temos também uma linha de cozinha na HSN, um livro de 600 páginas sobre grelhados que vai sair no próximo ano, e estamos trabalhando em uma série de TV”.

    Rapoport é o representante do editor-chefe dos dias de hoje. Mais empresarial do que literário.

    Alguns editores do grupo Condé Nast, todos eles com tarefas que vão além da profissão de editor ©Reprodução

    E como Rapoport, temos vários outros exemplos de editores que se desdobram em várias áreas de atividades. O objetivo hoje em dia não é só orientar equipes dentro da publicação, mas sim dirigir uma espécie de “incubadoras de novos negócios”, onde os conteúdos pode ser inseridos em novas plataformas e gerar novos negócios.

    O presidente do grupo de revistas Hearst, David Carey, compara os editores modernos a designers como Tory Burch, que ele considera “como mais do que uma simples designer”. O que acontece nestes novos modelos de profissão é que para os editores, a revista propriamente dita acaba por ser a menor ocupação do seu dia. Os contratos de e-commerce, direitos de imagem e negócios milionários acabam por ocupar a maior parte de suas agendas.

    Mas até onde vai ou pode ir o império e o domínio do editor antes de a profissão se tornar um acordo empresarial?

    A editora da “Glamour”, Cindi Leive, considera esta mudança no conceito da profissão de editor um problema “bom de ter”. Em entrevista ao “WWD”, a editora explica: “Quando olho para a minha agenda de oito anos atrás, tinha reuniões de pauta durante horas, ficava no departamento de arte e opinava no desenho dos layouts da revista. Hoje, tenho de decidir de hora em hora em que assunto vou me focar de seguida”. Na verdade, para Leive, pode ser um pouco irritante que as revistas sejam chamadas de marcas, porque parece mais homogeneizador e menos poético, mas para ela o futuro dos editores é trabalhar em parceria com a empresa considerando que a revista é uma marca e que pode oferecer aos seus leitores outros produtos com a mesma orientação editorial.

    O editor hoje em dia reúne na mesma profissão uma série de tarefas que, originalmente, não fazem parte do seu dia a dia. O próprio Jim Nelson, editor da “GQ”, fala que cada reunião a que ele vai o distrai do seu trabalho essencial. Mas será que a mudança na profissão de editor o distrai da essência do seu trabalho ou essa mudança faz agora parte do seu trabalho?

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