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    Couture Digitale: conheça o trabalho das artesãs digitais Pinar & Viola
    Alternative Prints / Reprodução
    Couture Digitale: conheça o trabalho das artesãs digitais Pinar & Viola
    POR Camila Yahn

    A dupla Pinar Demirdag e Viola Renate se juntou em 2009 para abrir o estúdio criativo Pinar & Viola em Amsterdam. Elas se denominam “criadoras de estéticas futuras para o zeitgeist” e trabalham imagens como se fossem efeitos especiais aplicadas na moda, na tecnologia e no design.

    Seus visuais caóticos combinam pintura digital, fotografia, netspeak e simbolismos que resultam em colagens que viram tecidos, roupas e videoclipes. Assim como os estilistas lançam suas coleções, Pinar e Viola também lançam um universo visual a cada temporada. O diferencial é que, sabendo que as imagens têm o poder de manipular e vender, elas aproveitam esse poder para o bem, criando coleções com propósito e mensagens que correm entre protesto e busca pela paz.

    Um exemplo é a coleção Healing Prints, que falava sobre ecologia, paz e cura e virou uma linha cápsula com mensagens como Mass Awareness e What you allow is what will continue (o que você permite continuar, continuará). Elas estudaram diversas técnicas de cura para criar imagens atraentes e positivas e um dos vídeos desse projeto, Mother Earth, foi exibido tanto nas palestras sobre mudanças climáticas do COP21 em Paris, e nos intervalos da MTV. “Adoramos quando acontece casos como esse. Enquanto o video estava sendo intelectualmente apreciado em Paris, ele também estava sendo exibido entre clipes da Miley Cyrus e do Drake”.

    Inspiradas por uma cerimônia de ayuasca que viveram com a tribo Kaxinawás no Brasil, elas criaram a estampa Mother Ayuasca, também dentro do conceito de cura. A marca australiana This is Chorus usou os prints para decorar uma linha de quimonos.

    Sua coleção mais recente, Alternative Prints, celebra o sistema alternativo, as pessoas e as comunidades que estão trabalhando para fazer do mundo um lugar melhor. “Nosso objetivo é despertar para a necessidade de uma mudança drástica em nossos padrões consumistas insustentáveis e exploradores que estão em desequilíbrio com os sistemas naturais do planeta”, disseram em uma entrevista ao WePresent. Em uma das estampas, no meio da bagunça, lemos frases como human soul on fire e respect existence or expect resistance.

    Pinar e Viola questionam a noção de bom e mal gosto – para elas, mal gosto é ser escravo do sistema. Por isso, seus trabalhos trazem muito do kitsch e do camp como uma maneira de desafiar a estética vigente, indo contra a corrente das tendências que são reproduzidas com cada vez mais velocidade. “Queremos acordar para o fato de que, através da propaganda e das imagens de moda, as marcas decidem o que nós iremos achar desejável e entorpecem nossa própria capacidade de escolha”.

    Healing Prints / Reprodução

    Healing Prints / Reprodução

    Assim, elas procuram se manter sempre frescas através da curiosidade e da busca por fontes alternativas de informação. “Ao nos livrarmos da obstrução mental, criamos mais espaço para que nossas antenas recebam o que vem a seguir e permaneçamos sempre relevantes e sensíveis ao contemporâneo”. 

    Outro fator importante em seu trabalho é o que chamam de x-effect, aquilo que é difícil de definir, mas fácil de reconhecer, o elemento que torna uma imagem magnética. as designers comparam a receita de uma imagem de sucesso a um feitiço. “Sem o efeito-x, tudo o que você tem são ervas, óleos essenciais e pétalas de rosas. É agradável o suficiente, mas não tem o ingrediente secreto para fazer a mágica acontecer”. 

    Colabs

    Entre suas colaborações estão a série de estampas para a marca Koché, que desfila na semana de moda de Paris. Elas que criaram todas as estampas em um processo de artesanato digital: feito no computador, mas com a inserção manual de centenas de detalhes. Por isso, elas também usam o termo Couture Digitale para traduzir seu trabalho.

    Estampa para a Koché / Reprodução

    Estampa para a Koché / Reprodução

    Também fizeram capa de álbum e videoclipe para o Diplo, telões visuais para o Red Bull Festival, produtos para Ikea, Adidas, videos para Nike exibidos no museu Pompidou em Paris, uma passarela holográfica para a semana de moda holandesa e até vitrais para uma sinagoga em Amsterdam.

    Seu arquivo hoje poderia encher um museu com seus visuais surpreendentes e técnicas inovadoras de criar imagens. “Nós prevemos tendências e visualizamos elas na forma de obras de arte”, contam. E para elas, o sucesso de uma imagem não está na total e rápida aceitação da mesma. “Da mesma forma que o criador se esforçou para fazê-la, o espectador deve dedicar atenção para compreendê-la”. 

    Para criar seus renderizadores, Pinar e Viola usam pincéis e filtros do Photoshop que elas mesmas criam para evitar qualquer uma das opções genéricas que o programa oferece. Também usam aplicativos amadores e programas que encontram na web para dar toques especiais ou distorções. “Um conteúdo forte e mais conceitual é o que torna uma imagem atemporal”.

    Vale mergulhar no universo rico, belo, caótico, dinâmico e cheio de energia de Pilar e Viola, cuja mensagem no final é: “Se você sente que não se encaixa nesse mundo é porque está aqui para ajudar a criar um novo”.

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