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    “Enterrado Vivo” ataca burocracia moderna em thriller psicológico
    “Enterrado Vivo” ataca burocracia moderna em thriller psicológico
    POR Redação

    Quanto tempo do seu dia você perde com burocracias? É essa a pergunta que não sai da cabeça de quem assiste “Enterrado Vivo”, que estreia nos cinemas brasileiros nesta sexta-feira (10/12).

    O filme conta a história de Paul Conroy (Ryan Reynolds), um motorista americano trabalhando no Iraque. Com apenas 1 celular, 1 isqueiro e 1 faca no bolso, ele acorda dentro de um caixão, sem saber como foi parar lá, e com 90 minutos para sair antes que o oxigênio termine. Rodado em 2009, “Buried” foi dirigido pelo espanhol Rodrigo Cortés e idealizado como filme de baixo orçamento. A exibição no festival de Sundance, em março de 2010, gerou burburinho da imprensa, e pouco depois teve os direitos de distribuição comprados pela LionsGate por US$ 3,2 milhões.

    Ryan Reynolds, de longe na melhor performance da sua carreira, entrega um protagonista intenso, que vai da raiva ao medo, mas na maior parte do tempo, frustração. A sensação de claustrofobia é absorvida pela plateia: são 90 minutos de closes apertados. “Acho que o mais difícil foi a solidão. Estar sozinho em um caixão, sem saber a língua local, sem saber como foi parar lá”, comentou Reynolds durante entrevista. “Mas emocionalmente foi fácil quando comparado ao desafio físico”.

    Mas como salvar do tédio um filme de uma única locação, um único ator e uma única cena? O desdobramento do roteiro, assinado por Chris Sparling, responde essa pergunta: o foco sai da escapada física de Conroy e entra num resgate negociado pelo celular. Ou quase.

    Assim, ele também evita a saída mais óbvia de roteiro, a épica superação dos limites humanos em situação impossível/improvável (se é isso que procura, veja de novo “Kill Bill: Vol. 2”). E escapa também de outros “atalhos” cinematográficos como flashbacks.

    O diretor ainda olha _e nos faz olhar_ para questões contemporâneas, como o oversharing público de tragédias pessoais. Ou a exploração da mídia dessas tragédias (usando a tecnologia, grande inimiga da privacidade, como alicerce).  Daí para frente, Cortés investe em uma atmosfera aflita, enervante. A metáfora é sagaz: vivemos enterrados em muita burocracia. Em métodos que afastam as pessoas. E numa paranoia extrema, que nos impede de enxergar nada além de sete palmos de distância.

    + Site oficial: experienceburied.com

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