Quem foi conferir o punk-cigano do Gogol Bordello e o rock do Super Furry Animals passou ileso pelo apagão que atingiu boa parte do Brasil na noite desta terça-feira (10/11). O Indie Rock Festival, (que renasceu depois de ter sua edição cancelada em 2008), voltou discreto, mas bem sucedido.
SUPER FURRY ANIMALS
O mis-en-scéne do Super Furry Animals; show performático para platéia quase vazia ©Juliana Knobel
Em uma apresentação bem-humorada, e cheia de mise-en-scène, os galeses do Super Furry Animals encararam um público pequeno e morno. Com placas de “Aplauso” e “Obrigado”, como num programa de auditório, eles passeram pelo seu repertório psicodélico e com traços experimentais, sob a liderança de Gruff Rhys (que já tocou no Brasil à frente do Neon Neon, no Tim Festival). Um ótimo show, mas que em uma casa do porte adequado, seria melhor ainda.
GOGOL BORDELLO
Eugene Hutz, vocalista do Gogol Bordello; cantor ensaiou português na canção “Uma Menina” ©Juliana Knobel
Boa parte do público chegou pra ver apenas a banda principal – ainda assim, não passavam de mil pessoas na pista do Via Funchal. Para a casa de shows, que tem lotação máxima em torno de 5.000 indivíduos, é como estar quase vazia. Mas o que a plateia tinha de pequena, ela também tinha de animada. Os fãs pularam e cantaram por quase duas músicas ininterruptas junto com Eugene Hutz, o vocalista que é um híbrido de Borat com Jack Sparrow.
Com exceção do português cambaleante em uma faixa nova, o setlist foi composto principalmente de hits, como “Think Locally”, “Lela Palatute” e “60 Revolutions”. Essa foi a segunda apresentação do grupo em um festival brasileiro, sendo a primeira no Tim Festival de 2008. Com uma sonoridade bem característica, que mistura o punk rock, a música cigana e outros ritmos do leste europeu, eles fizeram o público esquecer do mundo – e deixar o apagão pra mais tarde.
Fotos ©Juliana Knobel